Publicado em 21/09/2023 às 20:45:00
Em meio à pandemia do coronavírus, o mundo testemunhou uma corrida frenética pela criação de vacinas eficazes contra o vírus. Felizmente, essas vacinas surgiram e possibilitaram um retorno à normalidade global. No nosso país, ao longo de quase três anos, foram administradas mais de 540 milhões de doses. Atualmente, o país atravessa um período de transição no programa de vacinação contra a COVID-19.
Conforme relatado por Eder Gatti, diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), durante a Jornada Nacional de Imunizações promovida pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) em Florianópolis, os municípios têm dedicado cerca de três anos a essa campanha de vacinação contra a COVID-19. No entanto, à medida que a situação epidemiológica do vírus evolui, as vacinas contra a doença devem ser incorporadas ao calendário de imunização nacional.
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Neste ano, o Ministério da Saúde estendeu a vacinação com doses de reforço bivalentes para toda a população acima de 12 anos. No entanto, a adesão da população a essa medida foi baixa, mesmo entre os grupos prioritários e de maior risco. Para ilustrar, foram administradas 516 milhões de doses de vacinas monovalentes, enquanto apenas 28 milhões foram bivalentes.
Portanto, a meta é incluir um calendário de vacinação contra a COVID-19 na rotina de crianças menores de cinco anos a partir de 2024. Além disso, está prevista a administração de doses de reforço periódicas, pelo menos uma vez por ano, para grupos de risco, como idosos, pessoas imunocomprometidas e gestantes.
"O objetivo de vacinar toda a população, como temos feito até agora, precisa ser revisado neste momento de transição. Realizamos reuniões técnicas e estabelecemos diretrizes básicas que o Ministério da Saúde seguirá em discussões internas. No entanto, o anúncio oficial depende ainda de negociações com a gestão tripartite [governo federal, estados e municípios]. Avançamos consideravelmente na avaliação das recomendações internacionais da OMS e nas discussões com especialistas, mas precisamos consolidar esse acordo", afirmou Gatti.
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O diretor do PNI planeja iniciar essa estratégia de vacinação regular no início do próximo ano, a fim de reduzir o caráter excepcional que ainda permeia a administração das vacinas.
"A COVID-19 deve deixar de ser uma estratégia de campanha e se tornar uma recomendação permanente. Esperamos apresentar anúncios oficiais com a estratégia completa antes do final deste ano", enfatizou.
Além disso, Gatti ressaltou a importância da vigilância contínua das variantes do vírus, já que essas variantes desempenharam um papel significativo nas ondas iniciais de casos durante a pandemia. Embora seja relevante ter vacinas atualizadas para enfrentar possíveis novas variantes, ele enfatizou que o mais importante é continuar a vacinação.
"O SAGE [grupo consultivo de vacinação da OMS] não especifica qual vacina deve ser usada. A OMS orienta como a composição da vacina deve ser, mas há uma certa liberdade quanto à escolha da vacina. O programa do PNI pretende disponibilizar preferencialmente as vacinas disponíveis na versão mais recente licenciada e atualizada contra as variantes. As próximas aquisições do Ministério da Saúde seguirão essa lógica, provavelmente incluindo vacinas de RNA mensageiro com composições ajustadas de acordo com as aprovações", concluiu.
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