Publicado em 04/09/2023 às 21:10:00
Cientistas de três universidades dos Estados Unidos desenvolveram uma faixa inteligente que pode detectar os primeiros sinais de Alzheimer enquanto os pacientes dormem no conforto de casa.
A faixa, batizada de "rastreador de condicionamento físico para a saúde do cérebro", lê os padrões de ondas cerebrais que podem indicar algum sinal precoce de demência a partir de encefalografia (EEG). Embora a causa exata do Alzheimer ainda seja desconhecida, pesquisas anteriores sugerem que a doença pode ser causada por fatores genéticos e relacionados ao estilo de vida, incluindo o sono.
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Identificar o risco de desenvolver os sintomas da doença precocemente, ainda nos primeiros estágios, poderia garantir ao paciente uma melhor qualidade de vida nos anos seguintes, sugerem os pesquisadores em um artigo publicado na revista Alzheimer & Dementia: The Journal of the Alzheimer’s Association em 23 de agosto.
"Demonstrar como podemos avaliar biomarcadores digitais para indicações precoces de doenças usando dispositivos acessíveis e escaláveis em um ambiente doméstico é um enorme avanço na detecção e mitigação da doença de Alzheimer nos estágios iniciais", afirma o neurologista Brice McConnell, da Universidade do Colorado, em entrevista à BBC News.
O equipamento foi testado em 205 pacientes idosos, que deveriam usar as bandanas enquanto dormiam para fazer a detecção dos eventos neurais associados ao processamento da memória.
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Durante o sono, os pesquisadores encontraram mudanças nos padrões neurais que poderiam estar relacionadas ao acúmulo de placas de beta-amiloide e tau no cérebro - proteínas comumente encontradas em pacientes com Alzheimer.
"O que descobrimos é que estes níveis anormais de proteínas estão relacionados com reativações da memória do sono, que pudemos identificar nos padrões de ondas cerebrais das pessoas antes de apresentarem quaisquer sintomas", afirma McConnell.
Os autores do estudo reconhecem que a comercialização e popularização de bandanas como esta ainda são uma perspectiva para um futuro distante, até por não se saber ao certo a causa da doença. Mas eles acreditam que dispositivos como este, de uso facilitado, poderão um dia contribuir com o diagnóstico precoce do Alzheimer, o tipo mais comum de demência.
"Estamos apenas arranhando a superfície com este trabalho. Esta é uma prova inicial de que as ondas cerebrais geradas durante o sono podem ser transformadas em um biomarcador digital, e os nossos próximos passos envolvem o aperfeiçoamento deste processo", conclui McConnell.
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