Publicado em 05/07/2023 às 08:25:33,
atualizado em 05/07/2023 às 10:38:53
Uma campanha da Volkswagen lançada na madrugada desta terça-feira (dia 4) para comemorar os 70 anos da empresa no Brasil movimento as redes sociais ao unir Elis Regina, que morreu em 1982, aos 36 anos, e sua filha, a cantora Maria Rita atualmente.
A empresa usou a técnica conhecida como deepfake através da Inteligência Artificial para causar a impressão que mãe e filha estavam lado a lado dirigindo kombis enquanto cantavam "Como Nossos Pais", de Belchior. Mas afinal como isso foi possível?
A Deepfake é uma ferramenta considerada perigosa, pois é capaz de trocar rostos de pessoas em vídeos e sincronizar com os movimentos da boca e olhos. No caso de Elis Regina, a empresa gravou inicialmente as cenas com uma dublê da cantora e depois recuperou vídeos dela cantando para inserir no comercial. O resultado surpreendeu e emocionou muita gente. A própria Maria Rita comentou:
"A Volkswagen tá completando 70 anos de Brasil. e, para comemorar, me convidou para participar de uma campanha linda, de arrepiar… além disso, eu realizei meu sonho. foi um momento mágico" escreveu ela no Instagram.
Apesar do reencontro de mãe e filha ter emocionado muita gente, a campanha gerou polêmica nas redes sociais. Muitos se incomodaram com o uso da música utilizada, que era um protesto contra a ditadura militar no Brasil (1964-1985).
A Volkswagen foi apontada como cúmplice da repressão e assinou em 2021 um acordo com o compromisso de destinar R$ 36,3 milhões a ex-empregados presos, perseguidos ou torturados, assim como a iniciativa de promoção de direitos humanos.
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Apesar do reencontro de mãe e filha ter emocionado muita gente, a técnica deepfake pode ser perigosa e usada até por criminosos.
As técnicas de inteligência artificial fazem com que o vídeo pareça "perfeito", como se fosse um registro verdadeiro. Por isso, um pedófilo pode se passar por uma criança em um bate-papo, como Gloria Perez retratou em "Travessia".
Ele pode ser usado como ferramenta de bullying, assédio, extorsão e até sequestro, por isso é preciso tomar muito cuidado com os riscos que esses avanços tecnológicos podem trazer. A cantora Anitta foi vítima do crime envolvendo deepfake quando teve seu rosto inserido em cima do de outra pessoa em vídeos de cena de sexo.
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Apesar do deepfake não ser considerado um crime, dependendo da forma que ele for utilizado, pode envolver calúnia, difamação e injúria, previstos nos artigos 138, 139 e 140 do Código Penal.
Além disso, quem utiliza a técnica para prejudicar alguém e causar transtornos pode responder por vários crimes, entre eles: falsificação de documento particular, falsidade ideológica e estelionato, invasão de dispositivo informático, dentre outros.
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