Publicado em 26/06/2023 às 21:19:22,
atualizado em 27/06/2023 às 10:30:58
A Tok&Stok, tradicional rede de lojas de móveis e artigos de decoração pegou muita gente de surpresa após acumular uma dívida bancária que totaliza cerca de R$ 350 milhões. Muitos ficaram curiosos - e preocupados - com a possibilidade da falência total da empresa ser decretada. Afinal, a marca vai encerrar suas atividades?
Em comunicado divulgado no fim da tarde desta segunda-feira (26), a empresa afirma que está com geração de caixa positivo, após uma reorganização que incluiu o fechamento de 17 lojas não rentáveis e um acordo de reperfilamento de sua dívida bancária para um aporte de R$ 100 milhões de seu atual acionista, a gestora Carlyle.
A reestruturação da dívida, segundo a companhia, envolveu R$ 350 milhões e permitirá a liberação do pagamento aos bancos pelos próximos dois anos para que a "operação volte a ser prioridade."
A estratégia de recuperação da Tok&Stok prevê um "back to basics". Isso significa uma volta ao básico, que inclui a simplificação do organograma da companhia, da gestão de processos nas lojas e da operação do centro de distribuição. Uma "transformação digital rentável" também está nos planos para a loja voltar a se reestabelecer no mercado.
Recentemente, a empresa enviou uma contestação à Justiça relativa ao pedido de falência feito por um parceiro, que era seu principal fornecedor de tecnologia até o ano passado.
A ação transita na 3ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo desde abril e a Tok&Stok pede segredo de Justiça sobre o caso, ainda não julgado.
Em maio, o Valor divulgou que as negociações da companhia com os bancos, relativas às dívidas de cerca de R$ 600 milhões da rede, não avançaram nas últimas semanas, e havia um banco mais resistente a aceitar as condições de reestruturação já levadas aos credores.
A situação econômica da rede de varejo começou a se tornar de conhecimento geral depois que o Vinci Logística Fundo Imobiliário foi à Justiça para despejar o centro de distribuição da Tok&Stok, em Extrema (MG), por atraso no pagamento de aluguel. A ação foi encerrada depois que a rede quitou o débito, mas os problemas não pararam por aí.
No início de junho, o shopping Iguatemi de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, conseguiu uma liminar para obrigar a varejista a desocupar a loja que aluga. A rede estaria inadimplente com o pagamento da locação desde fevereiro e a dívida já ultrapassa R$ 212 mil. Com esse novo acordo, 51 unidades que operam com lucro serão mantidas com funcionamento normal.
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