Publicado em 17/10/2024 às 18:35:00
A crise energética causada pelo apagão em São Paulo, ocorrido após um forte temporal na última sexta-feira (11), tem dominado o debate do segundo turno das eleições municipais. No entanto, a disputa pela prefeitura não sofreu grandes alterações, de acordo com a pesquisa Datafolha mais recente. O atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), lidera com 51% das intenções de voto, enquanto seu adversário, o deputado Guilherme Boulos (PSOL), aparece com 33%.
A leve queda de quatro pontos percentuais do atual prefeito não refletiu em ganho de votos para Boulos, mas sim em um aumento no percentual de votos brancos e nulos, que passou de 10% para 14%. Já o número de eleitores indecisos continua estável, representando 2% do total.
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Desde o início da crise energética, ambos os candidatos adotaram abordagens diferentes para lidar com o tema em suas campanhas. Nunes, como prefeito, foi diretamente responsabilizado pelos danos causados pelo temporal, mas tentou se posicionar como um gestor eficiente, destacando medidas tomadas para minimizar os impactos do apagão.
Ao mesmo tempo, o prefeito atacou Guilherme Boulos, criticando a falta de atuação parlamentar do adversário em temas relacionados à energia. Em paralelo, direcionou críticas indiretas ao governo federal, culpando a falta de ação contra a concessionária Enel, apesar de a fiscalização caber à Aneel.
Por outro lado, o Psolista intensificou suas críticas à administração de Nunes, contando com o apoio de seu principal aliado, o presidente Lula (PT). O presidente foi um dos responsáveis pela unificação da esquerda em torno de Boulos, forçando o PT a abdicar de uma candidatura própria neste pleito, após o fraco desempenho nas eleições de 2020. Hoje, 65% dos eleitores de Lula na capital paulista apoiam Boulos, enquanto 26% optam por Nunes.
Em um segundo turno acirrado, a rejeição dos candidatos desempenha um papel importante. Nesse quesito, o cenário também não mudou significativamente. A rejeição de Ricardo Nunes caiu levemente de 37% para 35%, enquanto Boulos, cujo histórico de militância no movimento dos sem-teto ainda pesa sobre sua imagem, teve sua rejeição reduzida de 58% para 56%.
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No primeiro turno, Nunes venceu por uma margem estreita, obtendo 29,5% dos votos válidos, contra 29,1% de Boulos. Os votos brancos e nulos, excluídos para a contagem oficial, agora indicam uma possível mudança no comportamento dos eleitores indecisos, que podem ser cruciais na reta final da disputa.
A pesquisa, encomendada pela Folha, foi realizada entre os dias 15 e 17 de outubro, ouvindo 1.204 eleitores. Com margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos, o levantamento está registrado sob o código SP-05561/2024 no Tribunal Superior Eleitoral.
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