Publicado em 29/07/2023 às 08:30:00
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se consolida no Congresso Nacional, após os primeiros seis meses de mandato e estuda um passo importante: incluir o PL, de Jair Bolsonaro, como parte da base governista
.O ministro Alexandre Padilha, responsável pela articulação política do governo, avalia que o Planalto saiu vitorioso na relação com os presidentes da Câmara e do Senado, e que agora é preciso aprimorar a base de apoio no Congresso, até então volátil.
Segundo Padilha, o presidente Lula pretende consolidar a entrada no governo de PP e Republicanos e definir os espaços que eles vão ocupar no ministério. Em entrevista à Folha, o ministro acena ainda para a entrada de setores do PL —partido de Jair Bolsonaro— em cargos de segundo escalão e nos estados.
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"O que tem certo é a disposição do presidente de incorporar essa ideia de parlamentares, essas duas forças políticas [PP e Republicanos] que representam bancadas da Câmara dos Deputados, de compor o primeiro escalão do governo, consolidando na largada já do segundo semestre essa frente ampla."
Padilha rechaça que essas negociações por cargos sejam "toma lá, dá cá" e também afirma ser legítimo que parlamentares possam influenciar no destino de emendas e outras verbas do governo. "No caso do PL, nós temos um conjunto de parlamentares que, até por afinidade nos seus estados, por posicionamento de não passar pano para os atos terroristas no dia 8 de janeiro, por ter votado tanto a Reforma Tributária quanto o marco fiscal e a retomada dos programas sociais. E temos todo o interesse em interagir, sobretudo nos estados, com a participação deles no governo", diz ele sobre o PL.
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A entrada de PP e Republicanos no governo é vista como uma forma de ampliar a base de apoio do Planalto no Congresso. Os dois partidos têm 54 deputados e 13 senadores, o que lhes dá uma posição importante na articulação política. A entrada de setores do PL no governo também é vista como uma forma de tentar desidratar o partido de Jair Bolsonaro, que enfrenta dificuldades para se reerguer após a derrota nas eleições presidenciais.
Embora o ministro esteja otimista com a articulação, não se sabe se ele estará no segundo semestre do governo, já que colocou o cargo à disposição para contribuir com a reforma ministerial
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