Lula diz a aliados que Lira reclama muito e faz pouco

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não ficou satisfeito com a reunião que teve nesta segunda-feira (5) com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). A pessoas íntimas, ele revelou que o chefe do Legislativo reclamou muito, encheu o governo de pedidos, mas fez pouco nesses primeiros meses em troca do que a gestão petista já fez por ele.

O encontro entre Lula e Lira aconteceu para aparar as arestas após a tensão da última semana, quando o Congresso quase reprovou a MP que reorganiza os ministérios e que chegou a correr o risco de perder a validade. Após o presidente negociar direto com parlamentares e descartar o chefe do Legislativo, o clima azedou, principalmente com a operação da Polícia Federal que mirou aliados de Lira.

Quem esteve presentes nos bastidores do encontro afirmou que Lula não gostou nada do que ouviu. O presidente da Câmara teria feito uma série de reclamações, que foram desde as operações da PF até a falta de cargos para o Centrão no primeiro escalão do governo. Lira teria afirmado que o jeito de governar do petista não funciona mais se não houver protagonismo do Congresso.

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Após o encontro, durante coletiva, o próprio parlamentar afirmou que a Câmara é liberal e conservadora e que o presidente precisa lidar com isso. A declaração pública pegou muita gente de surpresa, já que a expectativa era de que os dois iriam se resolver no café da manhã, o que não aconteceu.

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Ao seu núcleo duro, conforme apurou o NaTelinha, Lula também reclamou. Ele afirmou que o presidente da Câmara "chora" muito e faz pouco. Ou seja, tem muitas reclamações e pedidos ao governo, mas entrega pouco. O mandatário lembrou do apoio do PT para sua reeleição de chefe do Legislativo e que, desde então, Lira só tem dado trabalho ao invés de garantir a governabilidade.

Quem circula nos bastidores de Brasília garantem que não houve acordo. O que Lira quer, cargos ou o controle do Orçamento Secreto, não chegará. Lula, por outro lado, prometeu que pode dar mais espaço ao PP em sua gestão, mas em cargos menores, já que não pretende fazer reforma ministerial neste momento. Ninguém ficou satisfeito.