Nesta quarta-feira (28), faz 15 anos que o último capítulo de Paraíso Tropical (2007) foi ao ar na Globo. Na novela das nove, Rodrigo Veronese viveu Lucas, um dos maiores sucessos da trama, junto com Ana Luisa (Renée de Vielmond), e diz que até hoje é lembrado pelo mocinho, que encantou o público pelo amor genuíno que sentia por uma mulher mais velha. Em entrevista ao NaTelinha, o ator, de 52 anos, diz que está focado em fazer o programa que apresenta no YouTube decolar e conta que, por ter recusado alguns trabalhos para se dedicar à paternidade, caiu na "lista do esquecimento".
Para o artista, ter sido convidado para participar de Paraíso Tropical foi um reconhecimento de todo o trabalho que ele havia feito fora do Rio de Janeiro. Antes do folhetim de Gilberto Braga (1945-2021), Veronese estrelou várias novelas na Record e Pequena Travessa (2022), no SBT. Cinco anos depois, veio o trabalho que marcou sua trajetória. "Apesar de ter feito várias novelas em São Paulo, um monte de coisa legal, que eu tenho o maior carinho, eu não tinha provado do sucesso do grande público. Não sabia o que era ser um dos nomes principais de uma novela das 21h, do Gilberto Braga. Acho que foi um divisor de águas e, a partir dali, tudo mudou na minha vida", pontua.
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Paraíso Tropical era baseada em ciclos e, por isso, Lucas e Ana Luísa foram morar nos Estados Unidos e deixaram a trama por volta do capítulo 66. Porém, o sucesso do casal foi tão grande que, atendendo a pedidos, os dois voltaram para mais alguns episódios na reta final da novela, com o intuito de adotar uma criança no Brasil. Rodrigo credita o êxito dos personagens ao sentimento que estava entalado, principalmente na garganta das mulheres, de querer mostrar que, apesar de a sociedade normalizar mais homens maduros com mulheres mais novas, o contrário também podia acontecer.
Sobre Renée, ele é só elogios e lamenta não ter contato com ela, que prefere se manter distante da mídia. "É minha grande parceira de vida profissional até hoje. Foi uma colega de elenco sensacional, fomos grandes amigos. A Renée é de uma doçura, de uma entrega... Sempre foi uma grande amiga, que me ajudou bastante na construção do casal. Sempre trocamos muita ideia, batemos muito texto, nos preparamos muito juntos. Ela foi uma das melhores colegas de trabalho que eu tive na minha carreira."
Além das portas de publicidade, Paraíso Tropical também rendeu a Rodrigo Veronese um contrato de cinco anos com a Globo, que terminou em 2012. Nesse período, ele fez alguns trabalhos, como Beleza Pura (2008), Caminho das Índias (2009) e Malhação (2011). Depois, esteve na série Na Mira do Crime (2015), produzida pela FX e pela Record, e voltou à emissora carioca para uma participação em O Outro Lado do Paraíso (2018).
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"Em 2009, meu filho nasceu e eu me vi num dilema muito grande de continuar o sucesso com a Globo e ser pai. Eu precisava estar em São Paulo pra ser pai ou no Rio pra trabalhar. E eu acabei optando pela paternidade, por estar mais próximo do meu filho. Isso acabou me afastando um pouco dos trabalhos. E eu acho que no Brasil tem essa coisa: se você recusa um ou outro trabalho, você cai numa listinha de que as pessoas não lembram mais de você. Acho estranho isso. Acho que, por recusar algumas coisas, por estar vivendo a função paterna em São Paulo, acabei sendo colocado no esquecimento."
Para o ator, é cruel o fato de tantos profissionais sofrerem com a escassez de convites enquanto poucos nomes se revezam no elenco das novelas. "Se você pegar o número de atores que trabalham hoje, eles não chegam a 0,5% do número de atores que tem no Brasil. Não acho só injusto, acho uma sacanagem, uma ofensa à classe. Tem muitos atores maravilhosos que tão passando fome. Eu posso te dizer porque eu tenho grandes amigos, atores maravilhosos, que estão passando fome, enquanto vários atores a gente não aguenta mais ver na televisão."
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"Acho que é uma distribuição equivocada e isso precisa ser revisto, não só pela Globo, mas por todas as emissoras e pelo streaming. Precisa haver um equilíbrio, tem espaço pra todo mundo. Não é possível um ator fazer três novelas seguidas e outros atores ficarem parados por anos, sem um trabalho, porque o ator depende do produtor de elenco, depende do diretor, de ser chamado, de ser lembrado, depende daquela novela, daquele produto. Acho uma sacanagem com a classe artística", completa.
Rodrigo Veronese se reinventou na pandemia
A pandemia da Covid-19 foi um período no qual Rodrigo Veronese passou por um processo de reinvenção. O ator, que já tinha apresentado alguns programas de esporte no início da carreira, ampliou os horizontes e criou o 80 por Segundo, trabalho que nasceu como um projeto de música baseado em memórias afetivas, que marcaram sua adolescência na década de 80. "Eu trazia isso para um roteiro de contar grandes histórias que envolviam músicas. Shows, filmes, novelas, casas noturnas, festas, eventos... Tudo o que aconteceu no mundo, e que eu lembrava, eu trouxe para um roteiro", explica ele, que já falou de temas como Rock in Rio, Guerra Fria e Olimpíadas.
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"Comecei a apresentar esse programa, ele tomou corpo e se tornou uma outra coisa. Hoje eu tô no YouTube e o chamo de programa-documentário, porque falo de música, cultura e informação. Eu digo que, onde tem música boa e história boa, tem o 80 por Segundo. Então, trago hoje grandes fatos do Brasil e do mundo, de todas as décadas e temas."
O 80 por Segundo, de acordo com Veronese, é uma brincadeira que ficou séria. Hoje, o projeto já conta com quatro patrocinadores e vai ao ar toda segunda-feira. "Pra mim, é uma emoção, porque é a chance de produzir e parar de esperar ser chamado. Pus a mão na massa realmente. Eu pesquiso, escrevo, apresento, faço divulgação... Foi a minha reinvenção, aos 50 anos, de parar de esperar ser chamado pra trabalhar e produzir por mim mesmo. Isso o streaming proporciona pra gente. Acho que a grande sacada do streaming hoje em dia é você se autoproduzir. Acho que, onde não há reinvenção hoje em dia, as pessoas estão com muito pouca chance de fazer qualquer coisa", opina.
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"Meu grande sonho hoje é que o 80 por Segundo seja reconhecido em uma plataforma grande. Quero muito levá-lo para um patamar acima do que ele tá. Acho que eu tive uma evolução muito boa com o programa, cuidando dele, da divulgação, e acho que está na hora dele realmente levantar voo e se tornar um grande programa. Ou numa emissora de televisão, ou numa emissora de rádio, ou no streaming... O que eu quero agora é fazer o 80 por Segundo decolar de vez", finaliza.
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