Com estreia marcada para o próximo dia 28, Pantanal está gerando grandes expectativas no público, que aguarda ansioso pra ver o remake do clássico de Benedito Ruy Barbosa, na Globo, que aposta todas as suas fichas na novela, e no próprio elenco, que ainda não tem nem ideia de como o trabalho está ficando. Leandro Lima, intérprete do ambicioso peão Levi, contou ao NaTelinha como foi a preparação para a trama e como está sendo a espera para conferir tudo no ar.
"A gente não viu nada na edição, muita coisa não tá pronta ainda, os diretores também não mostram. Ficamos 'ai, meu Deus, é ruim quando a gente grava quase tudo antes de entrar no ar'. Não dá pra ir consertando depois, sentindo o público. É um modelo de obra fechada agora, a novela é praticamente uma obra fechada. Isso tá pegando todo mundo", confessa o ator.
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Leandro é só elogios para os colegas de elenco, com quem passou quase dois meses morando na mesma fazenda, no Mato Grosso do Sul, mas admite que, com a estreia se aproximando, existe uma certa tensão nos bastidores. "Tem uma expectativa enorme, não só minha como do elenco inteiro. O Marcos Palmeira, que é um cara sensacional, um ator maravilhoso, que tá fazendo lindamente o Zé Leôncio, nem imagina o quanto tá lindo esse personagem. O Zé Leôncio dele traz um pouco do Marquinhos, daquela humanidade, aquele tipo boa praça, apesar de ser um cara chucro. Ele se preocupa, fica 'será que tá bom? Ai, meu Deus, eu não vi nada'", revela.
"Eu, Marquinhos, José Loreto e Dira Paes falamos disso ontem. A Dira está fazendo uma Filó maravilhosa, mas não tem ninguém 100% seguro. Como é um remake de um grande sucesso, está todo mundo com esse cuidado, querendo fazer melhor e melhor, e dando o sangue", diz, destacando ainda que tem algumas sequências violentas que eles querem fazer muito "à vera" e acabam se machucando. "É uma novela especial e estou muito orgulhoso de fazer parte. É histórica", completa ele.
Levi trabalha na fazenda de José Leôncio (Renato Góes/Marcos Palmeira) e entra na segunda fase da história para fazer seu nome enquanto peão. Apesar de ter muito respeito pelo patrão, o rapaz acredita que um dia será maior que ele e encara o emprego como mais uma etapa para conseguir o que quer de verdade. Para viver Levi, Leandro acompanhou a rotina de peões da região e ressalta o quanto a experiência foi valiosa.
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"Antes de ir pra lá, eu andei fazendo pesquisas, mas uma pesquisa nunca vai chegar perto do que é a vivência com eles. Num lugar tão inóspito, é tudo muito longe, pra chegar numa cidade e fazer compras dá quatro horas e meia de carro. Pra trazer um gado você percorre 30 quilômetros. Foi demais acordar cedo, comer arroz carreteiro às quatro horas da manhã e ir pra lida com eles".
Leandro Lima
"É muito enriquecedor ver o jeito que eles se olham, o jeito que eles se falam, a economia de energia. O pantaneiro não usa mais energia do que precisa de jeito nenhum, eles economizam a energia porque tudo é muito duro. Até na hora de falar eles são econômicos", observa, lembrando de duas coisas que lhe chamaram a atenção. "Eles acham normal queimar. Eles não chamam de queimar, eles chamam de limpar. Não veem aquilo como algo que faz mal ao meio ambiente. Veem que tá sujo e limpam pra fazer solo pro gado. É um outro valor da vida. Também falam que um matou o outro em briga de faca, como acontecerá na trama, de uma maneira natural, não enxergam como algo extraordinário", diz.
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Leandro Lima acha que Levi, de Pantanal, vai dividir opiniões
Para Leandro Lima, o maior desafio na construção de Levi foi entrar nos pensamentos de um homem quase psicótico. "Fazer uma viagem interna pra tentar entender uma pessoa que entra numa coisa obsessiva, quase doente por alguém. Eu acho que vai ter gente que vai dizer assim 'ah não, ele ama, acabou ficando louco'. E vai ter gente que vai dizer 'esse bicho é um demônio, ele é mau'. Eu tô gravando muito agora, ultimamente tenho gravado todos os dias, e tem coisa que a gente descobre no set. A gente se junta com os diretores, acaba criando outras coisas e tem hora que a gente fica 'esse Levi é demoníaco'", adianta, aos risos.
"Eu acho maravilhoso porque ele tem muitas camadas. Ele é maluco, cínico, abusador, mas também tem coisas engraçadas. Tem um lado de humor com a Maria Bruaca (Isabel Teixeira) e com o Alcides (Juliano Cazarré). Essa dupla dos dois matadores não existia na versão original e, surpreendentemente, tem pontos divertidos, um desconfia do outro. Como eu me surpreendo cada dia com o Levi quando chego no set, tô esperando até que gostem dele. Nos camarins da Globo tem torcida pra que a Muda (Bella Campos) fique com ele. As pessoas esperam que uma pessoa que é má, que tem algum desvio de personalidade, tenha uma redenção", pontua o ator, citando o triângulo amoroso de seu personagem com Muda e Tibério (Guito).
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Em 1990, Levi foi interpretado por Rômulo Arantes (1957-2000). Leandro diz que chegou a assistir pelo YouTube boa parte das cenas antigas, mas não teme comparações. "Não tenho esse receio porque isso é inevitável, mas é uma obra que foi adaptada pra 30 anos depois. O meu Levi é bem diferente do dele, apesar do texto ser similar. Não tenho esse medo, tô fazendo o meu melhor", finaliza.
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