Escolha errada

Cinco motivos que fazem Pega Pega não ser a melhor opção para reprise na Globo

De casal fraco a baixa repercussão, não faltam problemas na novela de Claudia Souto

Luiza (Camila Queiroz) e Eric (Mateus Solano) são os protagonistas sem química de Pega Pega - Foto: Reprodução
Por Redação NT

Publicado em 16/06/2021 às 04:37:04

Desde que a Globo confirmou a reprise de Pega Pega, no início de junho, em substituição aos capítulos finais inéditos de Salve-se Quem Puder, não faltaram pessoas nas redes sociais para criticar a escolha da emissora ao trazer o folhetim de Claudia Solto de volta. Também não é para menos!

Não faltam problemas para justificar a estratégia controversa da emissora em exibir novamente a novela, a não ser a promoção de Mateus Solano e Valentina Herszage, que vivem pai e filha em Pega Pega, e que também são dois dos protagonistas de Quanto Mais Vida Melhor, próxima trama inédita das 7, que foi interrompida algumas vezes por conta do aumento de casos de pessoas com a Covid-19 no Rio.

Outro ponto que a Globo procurou observar foi a audiência do folhetim de 2017, já que teve números crescentes, mesmo com a baixa repercussão nas redes sociais. Na história da teledramaturgia nem sempre boa audiência é sinônimo de qualidade e prova disso é Pega Pega, que pode derrubar os índices deixados por Salve-se Quem Puder. Confira alguns fatores que propiciam a ideia de que o folhetim não é a melhor opção para ser reprisado na Globo.

Tema comparado aos noticiários atuais

Durante a pandemia, muitas pessoas reclamam das notícias ruins que circulam todos os dias nos jornais, não apenas sobre os casos da Covid-19, mas também sobre corrupção e casos desviantes da nossa sociedade.

A trama principal de Pega Pega anda no mesmo barco dos noticiários diárias, ao contar a história de um roubo de 40 milhões de dólares do cofre do de um luxuoso hotel. A partir daí o clima policial toma conta dos capítulos até o final da novela, aumentando a chance do público torcer o nariz para a reprise, por não achar conveniente uma história de roubo em plena época de pandemia.

Trama inconsistente

Com o roubo ao hotel sendo o assunto carro chefe da novela, faltou folêgo para manter a história em 184 capítulos da produção. A alternativa encontrada pela autora foi lançar mão do fatídico "quem matou?".

E foi através do mistério da morte de Mirella (Marina Rigueira) que Claudia Souto seguiu com a novela até ao fim, aos trancos e barrancos. Enquanto a trama policial confundia os telespectadores a cada semana com novas pistas, o humor dava as caras e parecia suplantar as histórias de amor pouco desenvolvidas.

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Casal sem química e personagens sem carisma

Que Mateus Solano e Camila Queiroz são ótimos atores todo mundo sabe, mas o casal Eric e Luiza, interpretados por eles, não teve nenhuma química em cena. A forçação de barra entre o romance do par romântico durou até o último capítulo e nada salvou em cena.

Outro grande problema de Pega Pega é que não havia um casal romântico para quem torcer e, nem mesmo, personagens carismáticos diante do público, salvos Maria Pia (Mariana Santos) e Sandra Helena (Nanda Costa), que brilharam em cena, mas que, infelizmente, não foram suficientes para carregar a novela nas costas.

Folhetim recente

Com Pega Pega, a Globo aposta em uma trama muito recente para a reprise. A novela foi ao ar originalmente de 6 de junho de 2017 a 8 de janeiro de 2018, totalizando uma diferença de quatro anos de sua reapresentação, tempo parecido com Totalmente Demais (2016) e Haja Coração (2016), também reprisadas recentemente no horário por conta da pandemia da Covid-19.

Já em outros horários, em que tramas mais antigas foram reapresentadas, como Fina Estampa (originalmente exibida em 2011 e reprisada em 2020) e Flor do Caribe (apresentada pela primeira vez em 2013 e pela segunda em 2020), a audiência respondeu melhor.

Repercussão baixa nas redes

Na época em que foi exibida pela primeira vez, Pega Pega sofreu por não ter quase nenhuma repercussão nas redes. Prova disso era que, em poucas as vezes, tags relacionadas à trama aparecia entre os assuntos mais comentados no Twitter. Embora tivesse baixa repercussão na internet, o folhetim teve uma boa audiência durante sua exibição, com 29 pontos de média no Ibope da Grande São Paulo, números não vistos desde Cheias de Charme (2012).

Na época, jornalistas especializados em televisão acreditaram que a alta audiência se refletia ao público deixar a TV ligada esperando a novela das 9 da época, A Força do Querer, começar, já que a novela de Gloria Perez foi um dos grandes sucessos da década passada.



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