Publicado em 27/04/2021 às 05:52:00
Roda de Fogo (1986-1987) chegou ao catálogo do Globoplay na última segunda-feira (26) e chamou a atenção dos fãs de telenovela, já que o folhetim é uma das produções mais elogiadas da história da TV. Porém, na sua exibição original, o enredo levou um tempo para cair nas graças do público e criar curiosidades por trás das câmeras da trama, como alvoroço numa churrascaria para ver os “vilões”. Recém-produzida após a Ditadura Militar, a história sofreu cortes da Censura Federal.
O enredo de Roda de Fogo gira em torno de Renato Villar (Tarcísio Meira), um rico empresário sem escrúpulos e com muita ambição, que é capaz de fazer qualquer coisa para alcançar o poder. Depois de ter remetido dólares para fora do Brasil e ter participado do assassinato do seu amigo Celso Rezende, o executivo descobre um dossiê de irregularidades numa de suas empresas.
Ele tenta solucionar o problema e se aproxima da juíza Lúcia Brandão (Bruna Lombardi), uma profissional com a honestidade acima de qualquer suspeita. Porém, Renato tem como objetivo suborná-la, mas acaba se apaixonando por ela. Um diagnóstico de um tumor cerebral faz com que Renato dê uma reviravolta em sua vida, modificando seu comportamento com pessoas próximas.
A história de Roda de Fogo surgiu através de uma sinopse de um grupo de autores da Casa de Criação Janete Clair. Dias Gomes, Ferreira Gullar, Euclydes Marinho, Luiz Gleiser, Joaquim Assis, Marília Garcia e Antônio Mercado estavam entre os envolvidos.
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Confira abaixo outras curiosidades:
Roda de Fogo foi produzida logo após o fim da Ditadura Militar e tinha em seu subtexto um retrato do Brasil. A produção mostrava detalhes do capitalismo selvagem que dominava a alma dos empresários brasileiros e como funcionavam os crimes do “colarinho branco”, além de conchavos políticos e os problemas de corrupção que assombravam o país na época.
A produção colocou em pauta discussões como generais reacionários aposentados e também ex-torturadores do período do período militar. Porém, mesmo com o país saindo da ditadura, a Censura Federal cortou algumas cenas e diálogos do folhetim, como cenas de Carolina (Renata Sorrah) com Mário Liberato (Cecil Thiré).
A ideia de Roda de Fogo nasceu na Casa de Criação Janete Clair e Marcílio Moraes escreveu a primeira sinopse. Por não ter muita experiência, o autor se tornou colaborador da produção e Lauro César Muniz virou o titular da trama, já que tinha escrito sucessos na década de 1970.
Recentemente, Marcílio revelou que Lauro fez os primeiros capítulos e não ficou do jeito que a direção da Globo imaginou. Por conta disso, Marcílio escreveu uma nova versão “Eu retomei a minha sinopse original (ênfase no conflito pai x filho), e escrevi um novo primeiro capítulo, que agradou”, contou em seu blog.
“Foi a partir deste capítulo que desenvolvemos a novela. Os créditos que, de início, seriam “Novela de Lauro César Muniz, colaboração de Marcílio Moraes”, passaram para “Novela de Lauro César Muniz. Escrita por Marcilio Moraes e Lauro César Muniz”, completou.
O protagonista, Renato Villar, causou “revolta” do público, porque não aceitava Tarcísio Meira no papel de vilão cruel, já que seu tipo sempre foi o “galã”. Porém, a novela foi ganhando audiência e repercussão quando o protagonista é humanizado ao descobrir sua doença terminal.
Os telespectadores começaram a torcer pelo personagem, que perdoaram todas as suas maldades. Na reta final, pesquisas de opinião indicavam que o público não queria que Renato morresse, inclusive cartas chegaram à produção reforçando o desejo das pessoas que acompanhavam a trama. No fim, Renato morreu.
Os autores Lauro e Marcílio não quiseram colocar um gay estereotipado na produção e decidiram que o vilão Mário Liberato (Cecil Thiré) seria homossexual, mas sem trejeitos. O fato causou revolta na época, mas não do público convencional, mas de grupos que defendiam os direitos LGBTQIA+.
As entidades passaram a escrever textos manifestando suas indignações com o personagem. Vale destacar que, na época, os gays em novelas eram retratados de forma cômica ou com algum tipo de problema, que precisasse de ajuda.
Lúcia Veríssimo foi demitida após atrasar diversas vezes para gravar, além de faltar ao trabalho uma vez. O diretor Paulo Ubiratan, responsável pela trama, explicou o que aconteceu em entrevista ao Jornal do Brasil, em 1988.
“Na época, havia um movimento sindical por um máximo de seis horas de trabalho. É um direito legal, mas o ator tem o dever de chegar na hora e saber o texto. A Lúcia atrasava todo dia. Eu reclamava e ela atrasava de novo. Aí, eu a suspendi, e sabe o que ela fez? Faltou para passar o fim de semana em Los Angeles. Aí eu demiti”, disparou na ocasião.
A atriz saiu da trama perto da metade. Sua personagem, Laís, era irmã de Lúcia Brandão (Bruna Lombardi). Para justificar sua saída, os autores explicaram ao público que ela viajou para o exterior e não voltou mais. No último capítulo, Fernando (Carlos Vergueiro) lê uma carta da jovem.
Da metade para o fim, Roda de Fogo era um sucesso indiscutível e os atores passaram a sofrer maiores assédios nas ruas do Rio de Janeiro. Hugo Carvana, que interpretou o personagem Paulo Costa, relatou que passou por um momento inusitado em uma churrascaria.
O ator foi jantar com seus colegas de elenco, Cecil Thiré e Carlos Kroeber, e causaram o maior alvoroço em um estabelecimento do Rio de Janeiro. As pessoas pediram autógrafos e queriam detalhes dos trabalhos da trama.
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