Publicado em 19/01/2021 às 04:23:00
Com estreia na noite desta terça-feria, Gênesis é a primeira novela inédita a ser exibida na pandemia e será dividida em sete fases: Criação, Dilúvio, Torre de Babel, Ur do Caldeus, Abraão, Jacó e José. Intérprete de Jubal na segunda fase da superprodução da Record, Sérgio Abreu diz que o telespectador irá se surpreender com a obra. "Podem esperar uma produção épica! Algo que nunca vimos na nossa teledramaturgia. Locações e cenários incríveis, efeitos especiais dignos de Hollywood, figurinos lindos, direção e interpretação de alto nível. Vai ser um marco. Tenho certeza", comemora em conversa exclusiva com o NaTelinha.
Na passagem bíblica, o personagem do ator foi um ancestral dos homens que tocavam harpa e flauta no mundo antes do Dilúvio. "Não conhecia a história do Jubal. Achei interessantíssimo que tenha sido esse ancestral de harpistas e flautistas", confessa o ator.
Para dar vida ao personagem, Sérgio precisou mudar o visual. "Foi uma composição totalmente diferente de tudo o que eu já tinha feito. O jeito mais selvagem, a roupa de peles, os gestos, o comportamento realmente bruto. Uma grande aventura!", vibra.
"Tive que 'colocar' mais barba, já que a minha não era suficiente para representar um homem daquele tempo. Mantive minha rotina de alimentação e exercícios", complementa o artista.
A produção de Gênesis começou em 2019, mas precisou dar uma pausa por causa da pandemia do novo Coronavirus e retomou a todo vapor no ano passado. Além das locações no Rio, a novela contou com gravações em Quarzazat e Marrakech, no Marrocos, com parte do elenco.
"No início estava previsto que eu fosse gravar no Marrocos, mas infelizmente os planos mudaram. Queria muito ter a experiência de gravar lá", lamenta o ator. "Com certeza teria certo receio em viajar em meio à pandemia, mas com os devidos cuidados - que ainda temos que tomar - creio que seria possível trabalhar", avalia.
Sérgio foi um dos que gravou sua participação antes do início da quarentena e destaca a atenção da emissora com a equipe no retorno das gravações em estúdio e nas cidades cenográficas com o afrouxamento do isolamento social.
"Gravei toda minha parte antes da pandemia, mas ouvi de alguns colegas que todos os cuidados estavam e estão sendo tomados, tanto que não tive notícias de ninguém que tenha deixado de gravar por ter sido infectado pelo Coronavirus", fala.
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Aos 45 anos, Sérgio Abreu tem passagem pelas cinco principais emissoras de televisão brasileiras. Estreou em 1996 na novela Campeão, na Band. Depois, participou de Brida (1998) na extinta TV Manchete.
De 2001 a 2003, o ator interpretou Beto em Malhação da Rede Globo. Dono do GigaByte, ponit de encontro da galera, fez par romântico com Solene, personagem da atriz Renata Dominguez.
O primeiro trabalho de Sérgio na Record foi em 2005, na novela Prova de Amor. Dois anos depois ele estava de volta à TV Globo, desta vez para interpretar o Tiago, um homossexual que fazia par romântico com Carlos Casagrande em Paraíso Tropical.
"Foi uma experiência ótima o trabalho em Paraíso Tropical. Representar os homossexuais de maneira digna, sem estereótipos, creio que foi um grande passo para discutir o preconceito de forma direta, sem meias palavras ou quaisquer subterfúgios", diz.
O ator conta que não chegou a sofrer qualquer tipo de preconceito ou críticas pelo papel. "Não sofri nenhum constrangimento na época, pelo contrário, sempre fui muito bem tratado por onde passei", recorda.
Questionado sobre como seria caso a novela fosse ao ar hoje, Sérgio não descarta a possibilidade de a reação do público ser diferente da de 2007, quando o folhetim foi ao ar.
"Por causa da polarização política, social e cultural, acredito que hoje teríamos uma discussão mais acalorada em torno dos personagens homossexuais. Mas creio também, que o fato de serem personagens que fugiram da caricatura, elevaria o nível do debate", sugere.
Nos anos de 2007 e 2008, o artista atuou em Revelação e Vende-se um Véu de Noiva, ambas produções do SBT. Em 2010, ele participou da terceira temporada de A Fazenda, Reality de Record, e desde então marca presença em várias produções da emissora.
O ator de Gênesis termina a conversa falando sobre o importante papel da cultura durante a quarentena e se diz confiante na mudança dos olhares sobre a arte e o artista no Brasil.
"Pode e tem que mudar. Nenhuma sociedade se desenvolve, verdadeiramente, sem incentivo à cultura e respeito aos seus artistas. Somos parte fundamental do progresso de qualquer grupo humano", ressalta. "Esta fase vai passar com certeza, basta olharmos a história. Sempre fomos e seremos resistência! Viva a cultura! Viva a arte!", conclui, Sérgio.
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