Conexão Repórter

"Ele era consciente e acho que sabia que o final estava perto", diz filho de Marcelo Rezende

Declaração foi dada em documentário inédito do "Conexão Repórter" deste domingo

Reprodução
Por Redação NT

Publicado em 25/09/2017 às 09:55:59

Neste domingo (24), o “Conexão Repórter” exibiu uma entrevista exclusiva com dois dos cinco filhos do apresentador Marcelo Rezende, falecido no último dia 16. Dentre os vários assuntos, eles falaram sobre a relação com o pai, da escolha dele pelo tratamento alternativo contra o câncer e das últimas polêmicas envolvendo o nome de Luciana Lacerda, então namorada do jornalista.

Segundo Diego Esteves, o pai sempre foi um homem consciente e acreditava na cura. “O meu pai era extremamente inteligente, o sofrimento dele se deu porque ele era uma pessoa consciente, acho que sabia que o final estava perto. Ele era muito espiritual, sempre que falava em cura, era do âmbito da espiritualidade. A cura da alma dele”, comentou.

A filha Patrícia Barbosa recordou do momento em que ficou sabendo da doença do pai: “Ele mandou um recado pra gente, falou que não estava se sentindo bem e, dois dias depois disso, ligou dizendo, com um tom bem jornalista, que estava com câncer de pâncreas”.

“Eu estive com ele na primeira sessão e os médicos disseram que só 1% das pessoas poderiam sobreviver, ainda no estágio avançado que estava. Ele, jornalista, avaliou os dados, avaliou informação, sabendo que realmente a quimioterapia não prometia cura, ele decidiu abandonar o tratamento e fiel ao estilo dele, procurar uma opção original”, complementou Diego, que também é jornalista.

Patrícia recordou ainda que sentia que o pai não estava melhorando. “Ele não estava ficando melhor, estava indo aos poucos. Ele via isso. E eu acho que ele queria preservar as pessoas, os fãs, a gente. Ele não demonstrava dor, mas estava desconfortável. Dava pra ver do jeito que andava, que ficava muito cansado, as vezes acordava sem sentir bem na madrugada...”, lamentou.

Tratamento alternativo: discussões e polêmicas

Roberto Cabrini foi além e entrevistou o especialista procurado por Marcelo Rezende. Segundo Lair Ribeiro, o contato com Rezende foi direto. “Lembro do dia em que ele me procurou, pediu permissão para saber se podia falar comigo, o telefone foi passado, ele me ligou, disse ter admiração pelo meu trabalho e veio ao meu apartamento”, disse.

Lair recordou que o apresentador não se sentia bem com a quimioterapia. “Ele tinha feito uma cirurgia espiritual e a orientação que eu fiz foi a de que diminuísse a concentração de carboidratos, a mesma que dou a mim e a você. Expliquei que a célula cancerígena se alimenta da glicose e se você a tira, o tumor tende a diminuir”, contou.

No entanto, apesar dos conselhos, Ribeiro diz que não assume o tratamento alternativo de Marcelo Rezende e defende que se ele tivesse mantido a quimioterapia teria vivido menos.

“Não sei dizer quanto, mas me baseio na literatura medica. Se o Marcelo tivesse morrido de quimioterapia, não estaríamos aqui tendo essa conversa. Em câncer de pâncreas com metástase pro fígado, a sobrevida é praticamente nada. E ele tinha grau 4, o máximo. Eu não me oporia a nada, o paciente é quem decide. Quando o câncer é iniciante, o efeito da quimio é melhor. Mas, eu não assumo tratamento de ninguém. Quem falar que tá sendo tratado por mim é mentira. Eu dou consultoria, não sei quem assumiu o tratamento dele”, afirmou.

Já para Diego Esteves, não era possível saber o rumo que a doença tomaria se o pai tivesse seguido com a quimioterapia. “Acho que não dava pra torcer o rumo da doença. A diferença, talvez, seja que, na quimio ele ia durar X meses e no tratamento alternativo, talvez, durasse mais. Mas não temos certeza pra falar isso. O que temos certeza é que a doença ia acabar com a vida dele, como acabou”, lamentou.

Ele disse ainda que acompanhou a decisão do pai na escolha pelo tratamento alternativo. “Quando ele tomava as decisões importantes da vida dele, ele não olhava para trás. Ele reclamava do tratamento tradicional, que faltava a parte humana, da sensibilidade e acho que ele recebeu isso”, continuou Diego.

Os últimos momentos de vida

No documentário exclusivo “Caminho e Destino”, Roberto Cabrini também questionou os filhos de Marcelo Rezende sobre os últimos momentos de vida do pai. “Aqui em casa, uma semana antes, no sábado anterior a morte, ele falou ‘eu te amo, filho’, me deu a mão e... Essas eu posso dizer, foram as últimas palavras”, revelou Diego.

Patrícia, que vive na Holanda, disse ter se surpreendido com a quantidade de homenagens ao pai. “Lá a gente não tem acesso a televisão brasileira, não estou aqui para assistir tudo. Então, fiquei impressionada com tantas homenagens”, falou.

Diego frisou ainda que Rezende era um pai muito presente: “Embora os intervalos de encontro, os breves encontros tinham muita força, personalidade, energia. Acho que ele nunca esqueceu das origens, mesmo com sucesso dos últimos anos, acho que isso deixava-o com os pés na terra”.

Eles também aproveitaram para esclarecer que o brinde no velório foi um pedido do próprio Marcelo. “Chegaram a dizer que a gente tinha brindado à herança que íamos receber. Não tem cabimento uma coisa dessas, não vale nem a pena. Ele adora vinho e a única vez que eu ouvi ele falar sobre morte ele disse que nunca ia gostar de velório, que a vida tinha que terminar numa festa, com amigos”, afirmou Diego Esteves.

Relação com Luciana Lacerda

Diego e Patrícia aproveitaram a oportunidade para esclarecer mitos e verdades que saíram na imprensa nos últimos dias quanto da relação com a então namorada do pai, Luciana Lacerda.

“Ela foi muito próxima a ele, nesses meses. Meu pai era uma pessoa que não ficava sozinho, precisava ter uma mulher do lado, uma pessoa que cuidasse dele. Ele a amava. Algumas pessoas dizem coisas boas, já outras sem conhecer, dizem coisas que não são certas. O principal é dizer que a gente é muito agradecido a ela. Era muito importante pra ela receber o carinho dele”, disse Diego Esteves.

Ele reconhece que chegaram a trocar a fechadura da casa do pai, mas não por causa de Luciana e sim, por precaução. “Ela não foi expulsa da casa. Não apagamos as fotos nas redes sociais. Se a gente apagasse as fotos, seriam todas as fotos. As fotos estão lá, o único que a gente fez no Instagram dele é postar foto em homenagem aos fãs e a ele”, complementou o jornalista.

Sobre a relação atual, eles deixaram claro que não existe briga. “A gente com o sofrimento de filho, e ela com sofrimento de namorada. A relação com ela era através do meu pai. Essa briga divulgada não existe. A Luciana seria bem-vinda nessa casa, conversei com ela no velório, é um boato que não sei de onde saiu”, disse ele.

Já Patrícia confessou não saber se o pai amava Luciana, mas reconhece que eles se gostavam. “Eu sei que ele tinha um carinho por ela muito grande, eu a vi uma vez e depois não mais. A impressão foi a de que eles se gostavam muito, mas eu não sei se ele amava ela. Eu não assisti, então não sei”, finalizou.

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