Chefão da Netflix diz que se esforçou para entrar na China e expõe censura

A China é um dos poucos países que a Netflix não está disponível. E não foi por falta de tentativa, como confidenciou o chefão do streaming durante um evento econômico em Washington nessa quarta-feira (23). Ted Sarandos relatou que passou anos trabalhando para entrar naquele mercado, mas esbarrou na falta de interesse do governo e na censura praticada pelo regime.

Sarandos explicou que a Netflix havia fechado um acordo com uma empresa que lhes daria uma licença para operar na China sem o bloqueio da internet. "Parte do acordo era que tinha que passar pela censura para ir ao ar", confidenciou.

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"Em três anos, nenhum único episódio de uma única série da Netflix passou pela censura. Nenhum. Não havia interesse que estivéssemos na China."

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Ted Sarandos, chefão da Netflix

O esforço da Netflix na China

De acordo com ele, muitas empresas se esforçam para entrar no mercado chinês. "No fim das contas, acabaram no mesmo lugar que eu, que é lugar nenhum. Somos uma das raras empresas que não está na China", lamentou.

"Só a Netflix, de 2020 a 2024, contribuiu com cerca de US$ 125 bilhões para a economia dos Estados Unidos e criou cerca de 140 mil empregos. Mas acho que ela é negligenciada como indústria", recordou.

A empresa reportou receita e lucro operacional históricos no ano de 2024. O lucro foi de 10,4 bilhões de dólares, número 49% maior que no ano anterior. Para 2025, o streaming prevê um crescimento de receita entre 12% e 14%, podendo chegar a US$ 44,5 bilhões.