Publicado em 02/05/2023 às 11:59:04,
atualizado em 02/05/2023 às 12:02:54
Esta terça-feira (2) marcou o início da greve dos roteiristas em Hollywood, noticiou o Deadline. O sindicato da categoria, Writers Guild of America (WGA), decidiu assim depois de negociações mal-sucedidas entre os estúdios, plataformas e também os talentos, que queriam um aumento no salário.
Depois de seis semanas de negociações com a Netflix, Amazon, Apple, Disney, Discovery-Warner, NBCUniversal, Paramount e Sony, o Comitê de Negociação da WGA iniciou o processo com a intenção de fazer um acordo justo, mas as respostas dos estúdios não agradaram.
Os profissionais querem um ordenado mais justo por conta da inflação, a encomenda por séries de TV com temporadas mais curtas e principalmente, a falta de pagamento por ganhos residuais.
A greve também envolve uma questão tecnológica, já que os roteiristas pedem pela regulamentação do uso de Inteligência Artificial em produções. O sindicado quer legislação para que a IA não possa ser usada para escrever ou adaptar qualquer material que seja.
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Durante as reuniões, os profissionais querem ser remunerados de uma maneira melhor pelas produções que são reprisadas em TV ou outras mídias. Elenco de séries como Friends (1994-2004) recebem até hoje quantias pelas reprises geradas mundo afora.
Parte disso é repassado também aos roteiristas, mas no streaming, isso não acontece. Há somente o recebimento de um valor fixo, independente da profissão.
A proposta também quer acabar com as chamadas mini-salas de roteiristas. A nova proposta estabelece que eles devem ter ao menos 10 semanas de trabalho garantidas e receber um bônus de 25%. A resposta da AMPTP foi uma bonificação de apenas 5% para serviços semanais.
Na tarde desta terça, ainda, cerca de 11.500 roteiristas vão protestar publicamente em locais estabelecidos pelo sindicato, que incluem a sede de alguns dos grandes conglomerados de entretenimento.
Há 15 anos, Hollywood teve a última grande greve e como consequência, muitos seriados foram reduzidos como Lost e Grey's Anatomy.
Como o colunista Renan Martins Frade havia adiantado em janeiro no NaTelinha, sindicatos são levados a sério nos EUA, principalmente em Hollywood. Praticamente todas as produções são obrigadas a contratarem profissionais filiados a essas instituições - que fecham importantes acordos coletivos com as companhias que produzem conteúdo audiovisual, representados pela Aliança dos Produtores de Filmes e Televisão (AMPTP, da sigla em inglês). São contratos que estipulam salário mínimo, condições de trabalho, seguro saúde e muito mais.
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