Publicado em 24/05/2022 às 04:00:00,
atualizado em 24/05/2022 às 09:07:27
Operadora por assinatura oriunda da cidade de Uberlândia, interior de Minas Gerais, a BluTV, que estava há dois anos no mercado, teve sua falência decretada pela Justiça em 31 de março deste ano. Os assinantes estão sem sinal desde o último sábado (22) e não sabem mais a quem recorrer, ainda que tudo esteja pago. Nas redes sociais, não há novas postagens há mais de dois meses.
Em setembro do ano passado, a empresa de TV paga já havia entrado em recuperação judicial. Sem conseguir se reerguer ou ter perspectivas de melhora, teve sua falência decretada pela Justiça. "A empresa não tem qualquer condição de continuar a exercer os atos de comércio; seja pela inviabilidade das atividades produtivas em decorrência do significativo aumento do passivo; seja pelos baixos indicadores de liquidez e aumento do índice de endividamento seja pelo produto desenvolvido frente ao mercado atual", diz o processo aberto ao público.
Nas redes sociais, o último post foi em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. Tanto no Facebook quanto no Instagram, a empresa mantinha cerca de dois mil seguidores em cada uma das plataformas. O usuário que tenta contato com a operadora, recebe uma mensagem automática para continuar a conversa por meio do WhatsApp. A partir daí, no entanto, não é mais respondido.
Nas últimas horas, no site Reclame Aqui, a empresa vem recebendo uma enxurrada de reclamações com usuários sem saber o que fazer. Há relatos de que as faturas estão pagas e chegando normalmente, mas não existe mais sinal. A última reclamação respondida pela BluTV no site foi em 25 de março.
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Com Lázaro Ramos como principal garoto-propaganda, a BluTV chegou ao país em agosto de 2020, em meio à pandemia de Covid-19. Foram investidos US$ 30 milhões para iniciar as atividades no estado de Minas Gerais. A sede está localizada em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Cerca de 53 municípios contavam com a cobertura da operadora em todo o Brasil. O plano era chegar a até cinco milhões de habitantes em cobertura até 2025. A BluTV pertence à 1Sat Telecomunicações, empresa brasileira fundada por investidores estrangeiros.
O site oficial da empresa não está mais no ar. Ela oferecia planos diversificados a partir de R$ 39,90 com mais de 100 canais. A promessa era "revolucionar o mercado de TV por assinatura, sem asteriscos ou pegadinhas". Além do preço baixo, a BluTV oferecia cinco sinais exclusivos, mas não tinha acordo com os canais Globo.
Para ser assinante, o interessado precisava comprar seu próprio receptor e antena, ao contrário do que acontece em outras operadoras, onde há o regime de comodato, que consiste em a empresa fornecer o equipamento, mas caso o serviço seja cancelado, ela recolhe posteriormente.
O NaTelinha procurou a BluTV para se posicionar acerca da falência decretada pela Justiça e quais serão as medidas tomadas para não deixar os clientes desamparados, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.
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