Publicado em 18/11/2020 às 16:59:00
A Som Livre será vendida em breve pelo Grupo Globo. Com o processo Uma Só Globo, a empresa coloca a marca no mercado para sair do negócio tradicional e focar na estratégia D2C (direct to consumer). Ainda não há previsão de quando a venda da gravadora será concluída pelo conglomerado.
"A Som Livre é um negócio extremamente sólido e rentável. Há 10 anos, fez uma grande e bem sucedida mudança em seu modelo de negócios, migrando seus investimentos para a gestão de talentos, e transformou sua marca numa grande potência do seu segmento, com atuação em várias plataformas. A música continua muito importante no portfólio da Globo, mas acreditamos que é um bom momento para sairmos do negócio tradicional de gravadora e nos concentrarmos na estratégia D2C", explica Jorge Nóbrega, presidente executivo da Globo.
Com o crescimento do mercado de streaming na música, o Grupo Globo apostará no conteúdo D2C. A empresa seguirá com eventos e programas desse universo, como a marca The Voice, Rock in Rio, Música Boa Ao Vivo, entre outras.
"O Brasil é um mercado onde a música local representa quase 70% do consumo total. A Som Livre, com foco integral na música brasileira, cresceu por mais de 10 anos seguidos numa velocidade maior que a do mercado. Ter chegado à posição de terceira maior gravadora do Brasil apenas com conteúdo brasileiro nos enche de orgulho. No ranking publicado pelo Spotify dos oito maiores artistas da década passada, a Som Livre desenvolveu seis, é a melhor evidência do nosso conhecimento do nosso mercado e do nosso público. Essa é uma operação que foi construída pelo time mais talentoso com que já tive a oportunidade de trabalhar e está preparada para muitos outros anos de crescimento", declara Marcelo Soares, diretor-geral da Som Livre.
A decisão da empresa em colocar a Som Livre à venda ocorre no mesmo período da unificação de todas as plataformas de mídia da empresa, intitulada de Uma Só Globo. A ação começou em 2018 e tem como objetivo unir um único CNPJ a TV Globo, Globosat, Globo.com e DGCORP (Diretoria de Gestão Corporativa).
Por causa disso, a emissora tem feito diversos cortes em seus setores. Nos últimos meses, ela perdeu nomes como Aguinaldo Silva, Bruna Marquezine, Miguel Falabella, Vera Fischer, Tarcísio Meira, Glória Menezes, Antonio Fagundes, Bruno Gagliasso, entre outros nomes. A intenção da alta cúpula é evitar contratos longos e apostar por obras, permitindo maior tráfego dos profissionais entre os canais e mídias da empresa.
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Procurada pelo NaTelinha, a Globo enviou a seguinte nota:
Em mais uma etapa de seu processo de transformação, a Globo iniciou estudos para a venda da Som Livre, maior gravadora e desenvolvedora brasileira de talentos musicais e rentável negócio da empresa. Cada vez mais orientada ao modelo D2C (direct to consumer), a Globo tem feito uma revisão detalhada do valor estratégico de seus ativos, com foco nos negócios que mais atendem à sua estratégia principal. Isso não quer dizer, no entanto, que a música deixa de ter relevância em seu portfólio. Ao contrário. Além da presença e cobertura de grandes festivais como Rock in Rio e Lollapalooza, a música continua a estar no coração de canais por assinatura, como o BIS e o Multishow, e de programas de sucesso, como a família The Voice (The Voice, The Voice Kids, The Voice +), TVZ, Música Boa ao Vivo, entre outros.
Sempre em busca de novos talentos e de portas abertas para diferentes vertentes musicais, há mais de 50 anos a Som Livre é responsável por apostar e lançar diversos nomes de sucesso no mercado e tem hoje um elenco ativo de cerca de 80 artistas. Criada para a elaboração de trilhas sonoras das produções da Globo, desde sua fundação a Som Livre sempre apostou na construção de carreiras de seus artistas, tendo revelado nomes como Djavan, Rita Lee e Novos Baianos. Hoje, a Som Livre tem negócios diversificados em música, sendo a maior empresa nacional produtora de conteúdo musical e a terceira maior gravadora em operação no Brasil, incluindo as multinacionais.
Criada em 1969 pelo produtor musical João Araújo, pai do cantor Cazuza, tinha como objetivo desenvolver e comercializar trilhas sonoras de novelas produzidas pela Globo. Além de trilhas, a Som Livre expandiu seu catálogo e contou com diversos nomes, como Lulu Santos, Tim Maia, Rita Lee, Barão Vermelho, Gal Costa, Xuxa, entre tantos outros.
Atualmente, a empresa conta com artistas de diversos estilos, principalmente do universo sertanejo. Marília Mendonça, Maiara & Maraisa, Zé Neto & Cristiano, Luan Santana, Wesley Safadão, Naiara Azevedo e Jorge & Mateus são cantores exclusivos da gravadora atualmente.
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