Paulo Maluf já usou dinheiro público para dar Fuscas para Pelé e toda a seleção brasileira

O Dia do Fusca é comemorado neste sábado (20) e o automóvel já protagonizou uma história inusitada do país. Em julho de 1970, depois da seleção brasileira ter conquistado o tricampeonato mundial no México, Paulo Maluf, então prefeito de São Paulo, decidiu distribuir 25 Fuscas para os jogadores como forma de agradecimento - Pelé, é claro, estava entre eles. O detalhe: tudo com dinheiro público.

A verba veio do Departamento de Obras Públicas e que estava destinada para a construção de edifícios. O valor gasto foi de 315 mil cruzeiros, algo que equivaleria hoje a pouco mais de 4 milhões de reais.

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A lei foi aprovada pelos vereadores da capital paulista no fim de junho, numa seção que teve 10 votos a favor dos presentes aos jogadores. Outros sete votaram contra. Chamado de "projeto Volkswagen", a homenagem foi vista como uma manobra para ajudar a imagem de Maluf, que estava em baixa.

Tanto que alguns meses antes, o Brasil jogou no Morumbi e o prefeito foi vaiado por mais de 100 mil pessoas. O problema que Maluf enfrentou veio depois.

Paulo Maluf justificou Fuscas de presente

Anos mais tarde, em 1981, o STF (Superior Tribunal Federal) condenou o ex-prefeito a pagar a quantia do próprio bolso, mas ele negou e ainda disparou que faria tudo de novo. "A homenagem partiu do povo de São Paulo na figura do seu prefeito. São Paulo tem potencial econômico para isso", garantiu.

Somente em 1996 a decisão foi revogada e aceitou o discurso da defesa, que havia uma lei municipal aprovando a compra dos carros. O processo mesmo assim foi só finalizado em 2006 e livrou Maluf de pagar os Fuscas.

A festa promovida por Paulo Maluf

O tal "projeto Volkswagen" foi arquitetado para receber a Taça Jules Rumet em 21 de julho de 1970. Os Fuscas eram todos da cor verde musgo e ficaram enfileirados na marquise do Ibirapuera. Cada um tinha uma etiqueta no vidro com o nome do jogador e o número da camisa que vestiu na Copa do Mundo.

Maluf discursou e reforçou a importância do ato feito por uma cidade que abrigava seis milhões de trabalhadores.