Giovanna Ewbank revelou ter sido vítima de assédio sexual nos bastidores de A Favorita (2008), atualmente em reprise no Vale a Pena Ver de Novo, na Globo. A atriz relatou ter levado um “tapão na bunda” de um ator veterano, o que a fez ter crise de choro. Na época, colegas de elenco a aconselharam a não denunciar o episódio, segundo a apresentadora.
"Um ator consagradíssimo, mais velho, com uma super carreira. Estava com um short curtíssimo, ele foi lá, me deu um tapão na bunda no corredor, na frente de todo mundo, e falou: 'Tá boa, hein?'. Imediatamente, fui para o camarim e comecei a chorar", recordou Giovanna Ewbank durante o podcast Quem Pode, Pod da última terça-feira (4).
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O caso não é o único de assédio sexual ou moral relatado nos bastidores da Globo. Confira, a seguir, outros episódios polêmicos que vieram a público:
Também na quarta-feira, o NaTelinha noticiou que a Justiça manteve a condenação da Globo ao pagamento de mais de R$ 1 milhão em indenização para Carina Pereira. A jornalista, ex-apresentadora do Globo Esporte da Globo Minas, processou a empresa por motivos como sexismo e acúmulo de funções.
A condenação havia saído em junho deste ano, mas a emissora recorreu e uma nova decisão foi apresentada recentemente. De acordo com o documento, ficou comprovado que Carina sofreu assédio moral no trabalho e de preconceito de gênero, com reiteração da prática ao longo do tempo, culminando com a sua transferência de setor dentro da empresa.
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Carina Pereira era titular do Globo Esporte na Globo Minas e processou a emissora, citando ainda direitos trabalhistas. Em janeiro de 2021, quando deixou a empresa, fez um desabafo nas redes sociais, afirmou que era tratada de forma diferente por ser mulher e acusou o setor de recursos humanos de não ter tomado nenhuma providência.
Luana Piovani e Carlos Manga
Em julho, Luana Piovani revelou que um dos motivos de ter saído do elenco de Anjo Mau (1997) foi o diretor Carlos Manga (1928-2015). Segundo a artista, o veterano pediu que ela se sentasse em seu colo, mas a loira se recusou. Logo após o episódio, a atriz acabou retirada do folhetim das 18h.
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"Vivi um abuso aos 20 anos, mas na época era normal e só me dei conta mais tarde. Eu e algumas pessoas, entre elas Luiza Brunet, que seria minha mãe no remake de Anjo Mau, estávamos na sala do diretor Carlos Manga. De longe, ele bateu na perna e disse 'senta aqui'", relatou.
A atriz foi em frente: "Pensei: tiozinho ousado. Sentei no braço da poltrona. Depois, fui tirada da novela sob o pretexto de que desagregava. Hoje vejo que aquele episódio pode ter pesado", contou ela, em entrevista à revista Veja.
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Dani Calabresa e Marcius Melhem
Marcius Melhem, que comandava o setor de humor da Globo, deixou o cargo após denúncias de assédio moral e sexual. Em 2021, reportagem da revista Piauí detalhou episódios envolvendo a humorista Dani Calabresa, que foi uma das primeiras – mas não a única – a formalizar queixas contra o ex-colega no compliance da empresa, em 2019.
Atualmente, a Delegacia Especial de Atendimento a Mulher no Rio de Janeiro investiga o caso, e Melhem e Calabresa batalham judicialmente. O comediante moveu uma ação contra a atriz por danos materiais e morais. Já ela levou à Justiça a questão das divulgações de mensagens utilizadas para contestar as denúncias.
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Vera Fischer e Walter Avancini
Em maio, Vera Fischer contou no Conversa com Bial que foi vítima de assédio moral praticado por um diretor da Globo. Ela relatou que era maltratada nas gravações em meados da década de 1970, "numa época em que era bonito os diretores gritarem com a atriz". A famosa contou então, que apesar de se impor "desde a primeira novela".
O responsável pelas ofensas era Walter Avancini (1935-2021), conhecido por ser linha-dura com os atores. "Ele dizia assim: 'Chora, sua loira burra, sua loira alemã que não sente nada, que não sabe chorar'. Eu falava então: 'Venha aqui me ensinar como é que faz, qual é o botão que liga'", contou a atriz.
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Aos 70 anos, Vera também afirmou, na entrevista a Pedro Bial, que também foi assediada sexualmente na emissora. “Tinha gente me cantando, eu dava umas desculpas que eu não posso falar agora porque são disgusting, mas eu me safava. Aprendi a me safar rapidinho”, detalhou a atriz, que estreou no canal em Espelho Mágico (1977).
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Vinícius Coimbra
Mais do que assédio moral, três atrizes de Nos Tempos do Imperador (2021) denunciaram o diretor Vinícius Coimbra por racismo. Cinnara Leal, Dani Ornellas e Roberta Rodrigues apresentaram denúncias formais, investigadas pelo Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT-RJ). Elas pedem indenização por danos morais.
Em episódio relatado por reportagem da revista Veja, em uma cidade cenográfica nos Estúdios Globo, Coimbra teria ordenado: “Elenco pra esse lado, negros pro outro lado”. Uma das atrizes questionou, na ocasião: “E eu que sou do elenco e sou negra, de que lado fico?”, mas foi ignorada pelo diretor da novela.
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As artistas só decidiram ir à Justiça porque o fato foi comunicado aos diretores Ricardo Waddington, de entretenimento, e José Luiz Villamarim, de dramaturgia, mas nada foi feito. A Globo tem um sistema de compliance para proteger as relações entre os funcionários e apurar denúncias de abusos, como assédio moral ou sexual.
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José Mayer
O caso mais famoso envolvendo o tema é o de José Mayer. Ele foi afastado da Globo em 2017, após acusação de assédio sexual nos bastidores da emissora. A figurinista Su Tonani relatou ter sido vítima do veterano. O caso teve grande repercussão na época e culminou no rompimento do contrato do ator, que se desculpou.
Nos anos seguintes, ele não foi mais escalado para produções da emissora e só apareceu em reprises, mas segue ativo nas redes sociais aos 72 anos. Apesar da avalanche de críticas, José Mayer recebeu o apoio de colegas como Aguinaldo Silva, Regina Duarte, Reynaldo Gianecchini e Lília Cabral.
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