Publicado em 26/10/2021 às 21:56:23,
atualizado em 26/10/2021 às 22:29:52
Nesta terça-feira (26), o autor Gilberto Braga, escritor de clássicos da teledramaturgia como Escrava Isaura (1976), Dancin Days (1978) e Vale Tudo (1988), morreu aos 75 anos. O novelista lutava contra o Mal Alzheimer e estava internado no Hospital Copa Star, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Segundo o colunista Ancelmo Góis, do jornal O Globo, Braga teve uma infecção sistêmica, ocorrida por causa de uma perfuração de esófago, e não resistiu às complicações. O NaTelinha entrou em contato com a Globo, que confirmou o falecimento do autor.
Gilberto deixa um legado de mais de 20 produções na televisão brasileira. Referência na teledramaturgia, marcou seu nome nas novelas por seu estilo único. Reconhecido por abordar a sociedade carioca como ninguém em suas obras mais famosas, Gilberto começou escrevendo para a TV como roterista do Caso Especial, entre 1972 e 1974.
Seu texto peculiar chamou atenção dos dirigentes da Globo que o escalaram para escrever Corrida do Ouro (1974), em parceria com Lauro Cesar Muniz. Sua primeira novela solo ocorreu no ano seguinte, quando estreou Senhora (1975), clássico de José de Alencar adaptado para a TV pelas mãos do novelista.
Alcançou seu primeiro grande sucesso com Escrava Isaura, primeira novela a alcançar número impressionante de exportação para o exterior. Em 1978, Dancin Days marcava a primeira experiência do escritor no horário das 8, faixa em que ele seguiu durante vários anos, com tramas que chamaram atenção do público e da crítica, como Água Viva (1980) e Corpo a Corpo (1984).
Mas foi em 1988 que Gilberto escreveu uma das novelas mais lembradas da história da teledramaturgia: Vale Tudo. Trama que trouxe personagens memoráveis como Odete Roitman (Beatriz Segal) e Maria de Fátima (Gloria Pires). Nos anos 90, assinou folhetins controversos, como O Dono do Mundo (1991) e Pátria Minha (1994), porém, nessa época, foi aclamado pela crítica por Força de um Desejo (1999), esmerada produção das 6.
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Atualmente, o autor pode ser contemplado no Canal Viva, por conta da reapresentação de Paraíso Tropical (2007), folhetim que escreveu junto com Ricardo Linhares. A última novela do autor foi Babilônia (2015), infelizmente o maior fracasso de sua carreira, considerada a novela das 9 de menor audiência da Globo.
Na gestão de Silvio de Abreu à frente da dramaturgia da emissora, houve uma promessa de Braga voltar a escrever novelas e uma sinopse havia sido escolhida para o horário das 6, mas a ideia caiu nos últimos meses. Além das novelas, Gilberto deixa um legado também de minisséries, como Anos Dourados (1986) e Anos Rebeldes (1992).
O novelista era casado com o decorador Edgar Moura Brasil, com quem era casado há mais de 40 anos. Eles vieram a oficializar a união em 2014.
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