Publicado em 21/10/2020 às 07:11:12
Batendo ponto todas às segundas-feiras na TV Gazeta no programa Revista da Manhã, o bruxo Edu Scarfon é um dos responsáveis por disseminar o esoterismo na TV, mas acredita que o assunto ainda está longe da dimensão que ele merece. "O tema ainda é tratado com superficialidade. Mas acredito que a responsabilidade de mudar isso também é nossa, ou seja, dos profissionais dessa área", afirma ele em entrevista ao NaTelinha.
Apesar disso, Scarfon se mostra satisfeito quando alguns de seus colegas inovam nos programas que participam, e avalia que hoje existe um cenário com mais oportunidades para profissionais da área na telinha: "Até me lembro que o Mulheres [da TV Gazeta], fez muito disso e eu adorava assistir a Dioni Forti antigamente com o seu quadro de astrologia, mas parece-me que o tempo destinado a essas pautas têm sido maior. É assunto que despertou o interesse das pessoas".
Para ele, o tema ainda precisa evoluir na TV: "Astrologia não se resume a horóscopo. Ele é o mais superficial dela! Com a astrologia podemos perceber se um casal combina ou se uma sociedade tem o que é preciso para dar certo".
"Podemos analisar ainda o que aquele aniversário trará à pessoa, quais são suas habilidades, aptidões profissionais, sem falar na análise da personalidade, que sempre rende autoconhecimento. Mas, o público ainda não compreende isso", lamenta o bruxo, que leva diariamente dicas de signo e sempre faz questão de explicar como os astros nos impactam.
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Campeão da primeira e única temporada de Os Paranormais em 2014, no SBT, sob comando de Celso Portiolli, o bruxo elogia a atração: "Foi o programa que mais inovou no que diz respeito disso. Reunir tarólogos, videntes, bruxos, babalorixás, sensitivos, entre outros, em pleno domingo na hora do almoço, com certeza foi um formato diferenciado, que parecia até surreal".
Referência no esoterismo e astrologia, Edu Scarfon está longe de cair no folclore como Walter Mercado (1932-2019) e temia que as pessoas lhe rotulassem dessa maneira. "Sempre tive o chamado para assuntos de ocultismo e estudei muito o tempo todo", afirma.
A partir disso, decidiu falar de modo sério na TV quando teve a oportunidade de abordar o assunto. "Foi a forma que adotei para me proteger dos julgamentos. Então, optei por me comunicar sempre de modo sério, sem usar roupas ou algo que pudesse dar uma conotação mística demais e até mesmo excêntrica. Demorou anos para eu relaxar e brincar um pouco mais na TV, me sentindo à vontade com ela", defende.
Falando em Walter Mercado, aliás, Scarfon se considera o oposto do porta-riquenho: "Enquanto sou um astrólogo, tarólogo e paranormal na TV, o Walter sempre foi um artista. Começou como ator! Foi o interesse que ele tinha pelo assunto, somado às oportunidades que vieram e à missão de vida dele, que o levaram ao imenso sucesso que fez na TV".
"O Walter sempre teve um lado artístico muito forte e uma forma de se expressar que tocava as pessoas. Houve muita crítica também pela forma como se apresentava, inclusive por parte de astrólogos", pondera. E defende: "Mas a gente não pode deixar de falar que ele foi precursor e abriu caminhos para todos nós que viemos depois dele. Apesar do estilo diferente, admiro muito e sou fã do Walter. E também recomendo o pessoal assistir ao documentário dele na Netflix. É bárbaro!".
Respondendo a perguntas na televisão, Edu conta que elas chegam de todos os modos: Instagram, e-mail, Facebook, secretária eletrônica, etc. E elas são selecionadas durante o Revista da Manhã, ao vivo, com a apresentadora Regiane Tápias selecionando enquanto estão no ar.
Se na TV as perguntas embaraçosas ou esquisitas demais não aparecem, nas consultas particulares a coisa muda de figura: "Há quem pergunta se o amigo vai desbloquear do WhatsApp e gente que marca leitura para saber se o casal formado por uma edição do Big Brother e desformado após, vai reatar".
Segundo Edu, houve até quem perguntasse se a cantora Kesha lançaria algum novo hit de sucesso. "Mas na hora da leitura, quando isso ocorre, temos que falar pra gente mesmo que não cabe julgamento. É a necessidade da pessoa. O que faço é sempre tentar conduzir a leitura para algo que possa ser mais construtivo e levar ao consulente alguma mudança de vida", afirma.
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