Publicado em 14/07/2020 às 18:01:17
A atriz Juliana Lohmann, ex-Malhação, revelou ter sido drogada e estuprada por um "famoso que dirigia seu primeiro longa" quando tinha acabado de completar 18 anos. Em relato emocionante à revista Claudia, a artista, atualmente no elenco da novela Amor Sem Igual, da Record, ainda contou ter sido violentada por um namorado e que se sentiu culpada pelos acontecimentos.
"Passamos o texto duas ou três vezes já no fim da tarde. Ele concluiu que a personagem exigia 'mais loucura' e me sugeriu que fumássemos maconha pra que a cena fosse relida posteriormente, argumentando que dessa forma descobriríamos novas nuances”, recordou Lohmann, hoje com 30 anos. “Foi uma completa surpresa acreditar que aquele homem, com sua boa imagem midiática de família margarina, pudesse se aventurar com outras mulheres”, prosseguiu.
Juliana afirmou ter ameaçado gritar para que alguém a socorresse, porém foi imobilizada pelo famoso. A partir daí, o relato passa a ser forte e perturbador, em que a atriz descreve como foi estuprada.
"Fiz o que ele queria. Tive que insistir muito pra ele pelo menos colocar a camisinha, o que fez somente depois de algum tempo de penetração. Havia um quadro na parede em cima da cama. De trás do quadro ele retirou um saco plástico com alguns preservativos. Aquilo me deu a sensação de que eu não era a única pela qual ele 'tinha se encantado'. Colocou a proteção, mas retirou logo em seguida, ejaculando dentro de mim”, relembrou.
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A atriz, que disse “nunca havia feito aquilo”, ainda foi estuprada na manhã seguinte e recebeu ligações do diretor estreante, porém bloqueou o contato. Na sequência do depoimento, ela falou sobre quando revelou esta história a um namorado, com quem teve “um relacionamento relativamente duradouro”, e ele respondeu: “Você quis”.
"As violências físicas começaram aos poucos: recebia apertões fortes e disfarçados quando ele queria que eu parasse de falar na frente de alguém e, quando estávamos à sós, ao se irritar, levava a mão fechada em direção ao meu rosto, mas socava a superfície atrás de mim. Uma vez, ele me empurrou no chão e caí uns três ou quatro metros depois. Fiquei mancando alguns dias, o que me fez ter que inventar uma desculpa no trabalho. Ele colocou a tesoura no meu pescoço e disse que ia me cortar inteirinha. E me trancou no banheiro de uma festa e ameaçou jogar uma garrafa de uísque na minha cabeça”, contou.
No término do relacionamento abusivo, Juliana descobriu que havia contraído uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível), porém afirmou que só transou com ele durante o namoro. Ela se sentiu culpada ao vê-lo com outra namorada. "Anos mais tarde, descobri que ela também estava sofrendo vários tipos de violência”.
Lohmann termina o relato encorajando mulheres a não se calarem e procurarem ajuda para sair de seus relacionamentos abusivo. E resumiu as duas experiências mais traumáticas de sua vida pessoal.
“Ele [o diretor] me enganou, me drogou e me estuprou, violando minha dignidade sexual e deixando marcas que carregarei pro resto da vida. E o namorado a seguir também se utilizou da sua posição para me violentar física, verbal e psicologicamente, me fazendo acreditar que o amor é exatamente a submissão, o silenciamento e a destruição de toda potência, liberdade e beleza feminina”, afirmou.
Nas redes sociais, Lohmann recebeu mensagens de apoio e solidariedade de colegas como Júlia Konrad, Manuela do Monte, Monica Iozzi, Rafaela Mandelli, Débora Nascimento e de um de seus ex-namorados, Pedro Nercessian.
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