Publicado em 21/05/2020 às 17:20:07
Gabriela Duarte se manifestou pela primeira vez após a saída da mãe, Regina Duarte, do comando da Secretaria Especial de Cultura do governo de Jair Bolsonaro.
Em texto publicado no Instagram, a atriz escreveu que não leva suas posições políticas para a vida pública e reconheceu o direito da mãe de escolher seus posicionamentos. Gabriela, contudo, sugeriu que não segue o pensamento de Regina e defendeu a liberdade de opiniões dentro da família.
"Entender que uma família não precisa necessariamente funcionar como um bloco, com pensamentos em uníssono sempre, é fundamental. Meus filhos têm sido criados também dessa forma. Para que sejam livres e possam formar seus próprios pensamentos. O fato de serem meus filhos não os obriga a serem como eu. Quero que eles sejam melhores! Escolhas são individuais, que fique claro", afirmou.
Gabriela foi muito pressionada pelo público para se posicionar sobre a gestão da mãe na Secretaria Especial de Cultura, principalmente após a entrevista ao canal pago CNN Brasil, há três semanas, quando ela minimizou as mortes provocadas pela ditadura militar e se irritou ao ouvir uma opinião de Maitê Proença.
Regina deixou o cargo após 77 dias. O ator Mario Frias é o favorito para substitui-la na Secretaria Especial de Cultura.
Leia a íntegra do texto de Gabriela Duarte:
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ESCOLHAS
Um artista pode se posicionar politicamente se quiser. Existem os que fazem isso e tem suas razões. Essa, porém, nunca foi uma escolha minha.
A profissão que escolhi já é bastante política em vários aspectos. Isso,no entanto,não faz com que eu deixe de me posicionar, mas o faço como uma cidadã normal. Voto e exerço meu direito de escolher pessoas que acho mais adequadas a me representar, mas não trago isso pra minha vida publica.
Divido meus pensamentos e opiniões nessa área com pessoas que me são próximas. Não tenho necessidade de mais do que isso, nem me sinto no direito de influenciar politicamente quem quer que seja. São escolhas, e escolhas são individuais. Cada um tem a liberdade de pensar de forma própria.
E isso diz respeito a relações familiares também.
Somos o que escolhemos ser e batalhamos por isso. Quando crianças, seguimos o exemplo daqueles que estão muito próximos a nós: os pais, os avós, irmãos, professores da escola… Aos poucos esse universo se amplia e nossas referências também. Começamos então a formar nosso próprio corpo ideológico e percebemos que não precisamos mais seguir os modelos da infância e adolescência. Amadurecer,entre tantas coisas, é isso.
Tudo isso não quer dizer que não possa mais haver afeto, amor, gratidão e respeito por aqueles que nos criaram. Pelo contrário. Devem ser apreciados e honrados todos os dias. Mas entender que uma família não precisa necessariamente funcionar como um bloco, com pensamentos em uníssono sempre, é fundamental.
Meus filhos têm sido criados também dessa forma. Para que sejam livres e possam formar seus próprios pensamentos. O fato de serem meus filhos não os obriga a serem como eu. Quero que eles sejam melhores! Escolhas são individuais, que fique claro. Cada adulto que cuide de seu RG e CPF.
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