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Em 1991, Faustão atacou como cantor e protagonizou filme com Sérgio Mallandro

Inspetor Faustão e o Mallandro mirou público infantil, mas foi um fiasco de bilheteria

"Não dá para esconder o que fez no passado", comentou Faustão, em 2018, sobre filme com Sérgio Mallandro - Foto: Reprodução
Por Walter Felix

Publicado em 02/05/2020 às 14:00:00

Em 1991, a telinha ficava pequena para Fausto Silva, que já despontava como um dos principais nomes do elenco da Globo, três anos após a estreia do Domingão do Faustão. Na época, o apresentador, que completa 70 anos neste sábado (2), aceitou se aventurar na telona como protagonista da comédia Inspetor Faustão e o Mallandro, em que atuava e também arriscava como cantor.

Na história, Fausto é um feirante que recebe de Deus a missão de se tornar investigador de polícia. Como o Inspetor Faustão, ele tem a missão de salvar um casal de codornas do Pantanal, roubadas por um contrabandista de animais em extinção. Na empreitada, conta com a “ajuda” de um desastrado Sérgio Mallandro, que sonha em ser cantor.

Havia pouca diferença entre o Faustão que se via em cena ao irônico e despojado animador do programa dominical. Não faltaram piadas de duplo sentido e críticas ao momento político e econômico do país. Os cães do personagem tinham nomes bastante apropriados àquela época e à estatura de cada um: Inflação, grande e gordo, e Salário Mínimo, pequeno e magro.

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Um ano antes, Faustão já havia feito uma participação em Sonho de Verão (1990), que também tinha Mallandro no elenco - algo semelhante às suas aparições em novelas da Globo como o famoso apresentador do Domingão. A novidade em seu desempenho no filme de 1991 foi mesmo seu desempenho como cantor.

Para Inspetor Faustão e o Mallandro, os protagonistas gravaram o Rap do Ovo ao lado das Paquitas - que se lançavam como grupo musical. A música, hit do personagem de Mallandro ao conseguir se lançar como cantor, ao final da história, integrou a trilha sonora do filme, lançada em disco na mesma época.

Assista aos melhores momentos da performance de Faustão como ator e cantor em Inspetor Faustão e o Mallandro:

Inspetor Faustão fracassou em meio à crise no cinema nacional

Dirigido por Mario Marcio Bandarra, Inspetor Faustão e o Mallandro marcou a estreia de Adriana Esteves no cinema, interpretando uma cantora de sucesso. O elenco reuniu nomes em alta na Globo, como Luiza Thomé, Cláudia Alencar e Chiquinho Brandão, além do veterano humorista Costinha. Também participaram os cantores Sidney Magal, Wando, Sandra de Sá, Patrícia Marx e Sylvinho Blau Blau.

À época, o parceiro de Faustão em cena também despontava na TV, tanto que ganharia um programa solo na Globo no ano seguinte, o Show do Mallandro. O filme foi uma tentativa de fisgar o público infantil para o cinema brasileiro, a exemplo do que já vinha sendo feito com os filmes de Os Trapalhões e Xuxa.

Lançado em 1990, Lua de Cristal, com a Rainha dos Baixinhos, conseguiu um feito raro, atraindo mais de 4 milhões de espectadores. No início dos anos 1990, o cinema brasileiro enfrentava uma crise por conta do Governo Collor, que fechou a Embrafilme e acabou com as leis de incentivo. As medidas fizeram diminuir o número de produções brasileiras e afastaram o público dos títulos nacionais.

Tal contexto, aliado a uma produção de gosto, no mínimo, duvidoso, fez Inspetor Faustão e o Mallandro decepcionar nas bilheterias. O subtítulo “A Missão (Primeira e Única)”, porém, já deixava claro que não havia intenção em firmar uma franquia cinematográfica a partir daquela experiência. O filme chegou a ser exibido na TV em algumas ocasiões, a partir de 1993, mas igualmente sem grande sucesso.

Faustão comentou sobre o filme em 2018: "Não dá para esconder o que fez no passado"

Em 2018, em entrevista ao quadro Linha do Tempo, do Altas Horas, Faustão riu ao lembrar de sua experiência no cinema. Na ocasião, ele rebateu a afirmação do amigo Serginho Groisman de que teria talento para ser humorista. “Não pelo filme, né? A porr* daquele filme, eu e o Sérgio Mallandro, coitado! Entramos nessa furada”, classificou.

“Foi o único filme brasileiro que vinha com legenda, porque ninguém entendia porr* nenhuma. Nem nós! Vendeu mais de 100 mil cópias. Não dá para esconder o que fez no passado”, disse o apresentador.

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