Inclusão

As drags e trans que quebraram barreiras e invadiram a música brasileira

Nomes LGBTQ+ estão ganhando cada vez mais espaço

Cantoras LGBTQ+ de sucesso - Foto: Montagem
Por Redação NT

Publicado em 09/12/2019 às 07:05:00

Pabllo Vittar se tornou uma ícone da música nacional, ganhando milhões de fãs e sendo indicada a diversos prêmios. Ela foi a primeira drag queen a levar o prêmio MTV EMA na categoria Melhor Artista Brasileira neste ano, além de ser escolhida uma das 50 líderes da próxima geração da revista Time.

Com tamanho pioneirismo, claro que Pabllo abriu espaço para que outros artistas transexuais, drag queens e travestis pudessem entrar no cenário musical e fazer sucesso com diversos públicos, inclusive LGBTQ+.

Sendo assim, o NaTelinha resolveu listar cinco artistas que estão quebrando a barreira da intolerância e fazendo sucesso.

Confira:

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Gloria Groove, 24 anos

Nascida em São Paulo, Gloria Groove iniciou sua carreira em 2002, quando integrou o grupo Galera do Balão, nova formação do Balão Mágico. Em 2006, ficou entre os semifinalistas do show de calouros do Programa Raul Gil, na época exibido na Band. No mesmo ano, fez parte do elenco de Bicho do Mato e passou a fazer dublagens em séries e filmes.

Começou a se identificar como drag queen em 2014 ao assistir o reality show RuPaul's Drag Race. “Nunca me encaixei e me enxerguei dentro do que as pessoas esperavam para mim. Quando se olha, não se sabe se é homem, mulher, meio do caminho, se chama de ele ou de ela. Ser drag me permitiu me ver pela primeira vez como artista. Ali dentro, posso explorar o que quiser”, contou ela em entrevista recentemente ao UOL.

Conhecida por tratar de temas como empoderamento, fez sucesso com a canção Império, tendo milhões de visualizações no Youtube. Ela tenta quebrar o machismo e a homofobia no mundo do rap e funk.

Mulher Pepita, 37 anos

Pepita começou como dançarina de funk, apresentando-se em boates do Rio de Janeiro. Lançou-se na carreira musical com a canção Tô à Procura de um Homem, fazendo seu primeiro show em São Paulo.

Ganhou popularidade com um vídeo que vazou nas redes sociais sem a sua autorização. Ela lançou um CD com o título Grandona pra Caralho, uma referência aos comentários preconceituosos feitos ao seu corpo.

“Eu levanto muito a bandeira LGBTT e do respeito pelo ser humano, enquanto eu tiver o dom que Deus me deu e o talento de segurar o microfone eu vou continuar nessa luta”, relatou em entrevista ao portal da Globo em 2016.

Aretuza Lovi, 29 anos

Aretuza começou a carreira musical em 2012 e no ano seguinte lançou o CD Popstar. Em 2016, fez parte do elenco do programa Amor & Sexo, apresentado por Fernanda Lima na Globo. Seu maior sucesso é Catuaba, lançada em parceria com Gloria Groove.

“Nós estamos em um momento muito revolucionário no Brasil, musicalmente falando, assim como outros movimento que surgiram anos atrás, Jovem Guarda e Tropicália, por exemplo, o “drag music” também surgiu. Nós queremos nos colocar além de drags e cantoras, isso está em uma crescente incrível. Que venham muito mais artistas do nosso meio para fortalecer essa corrente”, falou em bate-papo no ano passado com o site Nação da Música.

Linn da Quebrada, 29 anos

Lançou-se no universo musical em 2016 e logo foi conquistando seu espaço. Talento, Bixa Preta e Mulher ganharam elogios dos críticos especializados, permitindo que ela conseguisse fazer turnê em todo país.

Ela é uma das principais ativistas pelos direitos civis da comunidade LGBT e da população negra. A cantora é transexual, alterando seu gênero e nome no registro civil.

“Eu tenho aprendido a lidar com esse jogo e a entender que posição eu estou nesse tabuleiro, com as pessoas que estão comigo, onde estão posicionadas e quais são as consequências e os efeitos da nossa ação”, posicionou-se em 2017 ao site Cult.

Candy Mel, 28 anos

Mel Gonçalves é o seu nome, mas ela é conhecida pelo grande público como Candy Mel. Goiana, mudou-se para São Paulo no começo desta década e formou a banda UÓ com Matues Carrilho e David Sabbag.

Ela é transexual e iniciou sua transição ainda na adolescência. “Agora é oficial! Depois de tanto tempo, de tanto sacrifício e tanta negação por parte do Estado, conseguimos minha certidão retificada com o nome e gênero que cabem”, falou Candy em sua conta do Instagram em 2018 ao relatar a oficialização do seu novo nome.

“Tão estressante, tão demorado e com tantas humilhações que passei, que eu nem sei descrever. Eu me sinto grata, mas não sei como comemorar”, acrescentou.

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