Publicado em 01/10/2023 às 12:00:00,
atualizado em 04/10/2023 às 11:12:19
Desde que a Globo anunciou a nova versão de Elas por Elas para 2023 começou o burburinho sobre quem viveria o icônico personagem Mário Fofoca eternizado pelas mãos de Luís Gustavo (1934-2021). Somente um ator com o tamanho de Lázaro Ramos seria capaz de conduzir uma construção tão complexa com a maestria que foi vista na primeira semana do reboot da obra original de 1982.
Lázaro Ramos é craque e construiu um Mário Fofoca diferente do que se viu na primeira versão da obra. Na Elas por Elas dirigida por Amora Mautner e com texto de Alessandro Marson e Theresa Falcão, o detetive desastrado explora muito mais os espaços em cenas e promove movimentos mais alongados. A diretora soube explorar o talento do ator em ocupar espaços no cenário.
O primeiro risco ao interpretar o investigador icônico que ganhou até programa nos anos 80 seria cair na mesmice e tentar imitar o original. Lázaro fugiu disso e deu nova envergadura ao criar um Mário Fofoca mais ágil, quase um personagem de histórias em quadrinhos. Muito disso se deve à mão firme de Amora que vem dando velocidade e timing correto para as sequências até aqui.
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Mas ao escolher Ramos para o papel, a Globo sabia que havia outro risco. Fofoca era conhecido pela genial criação de Cassiano Gabus Mendes (1927-1993) e sua principal característica é não dizer coisa com coisa e não ter uma ordem clara de raciocínio. Personagem semelhante a outro já interpretado pelo ator: Foguinho, de Cobras e Lagartos (2006).
Por causa disso, muita gente torceu o nariz para a escalação na certeza de que se veria em tela um Foguinho 2.0. Errou feio quem apostou nisso. Embora com características bastantes semelhantes, Lázaro Ramos mudou tudo, inclusive a empostação vocal para compor a nova versão do Mário Fofoca. Além, claro, de ser muito mais expansivo que o anti-heroi criado por João Emanuel Carneiro.
A primeira semana de Elas por Elas mostrou uma novela com grande potencial e cheia de adjetivos que caminham desde a direção até o ótimo texto. As interpretações, em geral, também estão firmes e convincentes, mas Lázaro Ramos virou dono da novela porque pegou um personagem icônico e engrandeceu com seu talento raro.
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