Publicado em 08/03/2020 às 13:05:03
Deborah Secco aceitou o convite para protagonizar Salve-se Quem Puder certamente sabendo da responsabilidade que teria ao dividir os holofotes com duas atrizes com muito menos experiência que ela, leia-se Vitória Strada e Juliana Paiva. Embora o desafio fosse uma casca de banana, a atriz vem mostrando o acerto ao fugir do lugar comum com sua Alexia e tem brilhado com uma composição em que ela não tem medo de pôr o “pé na jaca”.
A expressão é um trocadilho porque o papel da atriz que sonha em conseguir personagens de sucesso traz uma semelhança com a última participação de Deborah na faixa das sete, conhecida por tramas mais bem humoradas. Em 2006, ela foi uma das protagonistas de Pé na Jaca, última novela de Carlos Lombardi na Globo.
É bem verdade que há diferenças importantes; na primeira ela não carregava o peso de ser o nome mais importante da trama e sua personagem também não era tão intensa e muito mais vítima das ações de outros. Em Salve-se Quem Puder, no entanto, Deborah relembra a necessidade de ir fundo numa personagem de humor sem medo de parecer caricata, além de se afastar de composições cômicas do início de sua carreira, como a Darlene (Celebridade, 2003).
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Daniel Ortiz não é Carlos Lombardi e Salve-se Quem Puder está muito longe de ser Pé na Jaca. O autor não sabe construir uma amarração interessante de história que provoca a evolução de personagens como Lombardi sempre fez em seus trabalhos, mas a verdade é que o atual novelista da faixa das 19h tem criatividade o suficiente para construir cenas engraçadas, ainda que quase sempre elas não sirvam para nada.
Diante disso, Deborah Secco foi inteligente o suficiente para entender que a novela não irá brilhar, ainda que detenha grande audiência, é apenas entretenimento bobo, infantil e sem relevância. A chance que ela teria de sair por cima deste trabalho é se divertindo e mostrando que não tem medo de se lançar fundo no humor.
Com um tempo cômico quase sempre correto, a atriz tirou o histrionismo constante de sua última personagem (Karola, de Segundo Sol, 2018), e preferiu compor sua Alexia muito mais apostando em caras e bocas e uma respiração muito mais ofegante, dando a sensação de estar sempre cansada, lembrando até a Sol, de América (2005).
É bem verdade que se tornou fácil para Deborah ser o destaque feminino da novela ao competir com Vitória Strada, num papel completamente novo para ela e que a atriz vem mostrando completa inexperiência e falta de jeito, e com Juliana Paiva, numa mocinha sofredora que ela nunca será capaz de transmitir verdade. Mesmo assim, Secco se mostra madura o suficiente para sair de uma novela boba maior do que quando entrou.
Se em Segundo Sol ela foi engolida por interpretações muito mais poderosas de Giovanna Antonelli e Adriana Esteves, em Salve-se Quem Puder, Deborah mostra uma composição divertida e eficaz e, por isso, é a Atuação da Semana.
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