Publicado em 04/08/2019 às 08:26:26
Quando Grazi Massafera começou a ganhar espaço dentro da dramaturgia da Globo, muito gente torceu o nariz e até alguns colegas chegaram a fazer comentários preconceituosos. Tudo por conta de uma suposta proteção à profissão contra a entrada de rostinhos bonitos oriundos do "Big Brother Brasil". Se algum dia essa definição coube a ela, já de algum tempo não mais. E em "Bom Sucesso", a intérprete de Paloma expurga de vez o título de ex-BBB.
Na novela de Rosane Svartmann e Paulo Halm, Grazi tinha um desafio que não era tarefa das mais simples. Sua protagonista não é uma mocinha tradicional ao que o público atual está acostumado e não chegava perto dos outros tipos que a atriz já tinha encarado ao longo de sua carreira. Humana, mas fugindo do melodrama, Paloma é uma típica personagem das dramédias que marcaram a faixa das sete nos anos 90 e início dos anos 2000.
Para quem se acostumou a ver Grazi pisando fundo no melodrama, seja com sua mocinhas inocentes e bondosas, como em "Negócio da China" (2008), ou mesmo num papel errante como a Larissa de "Verdades Secretas", todas as suas interpretações exigiam grande dose de carga dramática e expressividade.
E este último, inclusive, levou a artista ao topo do que poderia se imaginar ao receber uma indicação ao Emmy Internacional e aparecer entre as melhores atrizes do mundo, excetuando aos produzidos ou em parceria com os EUA (onde há um Emmy especial). Mesmo ali, houve quem olhasse de soslaio para Grazi afirmando que a personagem havia sido arrebatadora e merecido o destaque por conta da história e do excesso de caracterização e maquiagem, tentando diminuir a conquista dela.
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Agora não há desculpas. Sendo obrigada a se equilibrar num trapézio imaginário que, ora propõe cenas de humor, ora com fortes cargas dramáticas, Grazi vai bem nas duas e mostra um surpreendente talento para o chamado timing de humor, que é o modo com que um ator fala o texto para que ele soe como deve, engraçado.
Paloma viveu nesta primeira semana momentos completamente distintos que vão desde a descoberta de que está muito doente e, portanto, tem apenas seis meses de vida, até um surto cheio de elementos de humor, até ao primeiro beijo com o mocinho que ela acabara de conhecer. Pitadas de drama e muitas colheres de humor deram o tom da construção da personagem.
Há um senão, entretanto. Grazi tem um claro problema de dicção que precisa ser corrigido, caso ela pense em galgar espaço entre os grandes nomes da arte brasileira. Sua personagem Paloma vive desde sempre no Rio de Janeiro e, portanto, não há espaço para o sotaque caipira que a atriz empresta à personagem, como ela faz em todos os seus papéis. Nada que uma visita a uma fono não corrija.
Se Grazi ganhou o coração do Brasil ao encher a TV na quinta edição do "Big Brother Brasil", quando chegou à final da competição. Ela agora mostra que expurgou o título de ex-BBB e se consolida como uma atriz de envergadura e cheia de recursos, por isso é a atuação da semana.
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