Análise

Com tretas e polêmicas, por que o BBB 23 ainda não decolou no Ibope?

Atual temporada, mesmo sendo mais movimentada que a anterior, acumula até o momento a menor média de audiência da história do reality show da Globo

Bruna Griphao, Fred Nicácio e Key Alves: bom elenco garante um BBB 23 mais agitado que o anterior - Fotos: Divulgação/Globo
Por Walter Felix

Publicado em 05/02/2023 às 07:00:00,
atualizado em 05/02/2023 às 17:55:20

Mesmo cercado por brigas entre os participantes e algumas polêmicas, o BBB 23 ainda não decolou no Ibope. Com uma média de 18,7 pontos na Grande São Paulo, até o momento, a atual temporada acumula o menor público da história do reality show da Globo. Alguns fatores explicam o fraco desempenho da atração comandada por Tadeu Schmidt, mas nenhum deles está ligado diretamente ao jogo ou ao elenco da vez.

A estreia do BBB 23, em 16 de janeiro, ficou aquém do esperado, com 23 pontos. Nos dias seguintes, a atração sequer passou dos 20. Nos dois domingos, com a formação dos paredões da edição, registrou 15. No ano passado, o monótono BBB 22 estreou com 28 e se manteve sempre acima dos 20 nas três primeiras semanas.

Só que talvez esteja justamente na edição anterior a explicação do fracasso da atual temporada. O BBB 22 não estreou com boa audiência por acaso. O programa ainda colhia os frutos do desempenho alcançado em 2020 e 2021. No auge da pandemia, o reality deu sorte de ter bons participantes, que garantiram o interesse do telespectador do início ao fim.

O que se viu no ano passado foi o oposto. Muitos apostavam no antijogo, se recusavam a formular estratégias para ir adiante na competição e, pior que isso, evitavam os conflitos. Alguns nem sequer mostravam interesse em vencer. As maiores polêmicas do ano passado foram sublimadas pelo medo da maioria dos participantes, que não queriam se comprometer ou correr o risco de serem “cancelados” pelo público.

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Fenômeno do BBB 21, com Juliette, garantiu alta expectativa para o BBB 22, vencido por Arthur Aguiar - Fotos: Reprodução/Globo

Resultado: o BBB vencido por Arthur Aguiar terminou com um gosto amargo para boa parte da audiência. O campeão esteve longe da unanimidade e todo o elenco, de uma forma geral, era apático e jogou muito mal no ano passado. Nem mesmo a entrada de dois novos nomes, com uma Casa de Vidro no meio da temporada, salvou a edição.

Fatalmente, as expectativas para a nova edição eram baixas. Soma-se a isso o fato de que a grande parte da população já voltou à vida normal, sem as restrições impostas até o ano passado pela pandemia da Covid-19. Há mais opções de lazer, e ficar em frente à TV não é mais uma opção de tantos, como ocorreu principalmente com o BBB 20 e o 21.

O fracasso de Travessia, que a Globo exibe às 21h, também justifica o baixo Ibope do BBB 23. A novela vai de mal a pior, enquanto as edições mais bem-sucedidas costumam ser impulsionadas pela trama do horário nobre. Ano passado, houve um ponto fora da curva, já que o BBB 22 dava mais que a também impopular Um Lugar ao Sol (2022).

O BBB 23 está longe do marasmo. Os competidores entraram com sangue nos olhos, de olho na longa permanência na casa e com foco no prêmio. O medo do cancelamento sequer tem sido assunto entre eles. Os bate-bocas são frequentes e as polêmicas – como relacionamento abusivo –, que despertam a atenção do espectador, já apareceram. Talvez a guinada no Ibope seja questão de tempo.

Veja o ranking de audiência das últimas edições do Big Brother Brasil:

BBB 18 - 25,7
BBB 19 - 20,0
BBB 20 - 25,3
BBB 21 - 28,1
BBB 22 - 22,9
BBB 23 - 18,7, até o momento




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