Publicado em 06/07/2024 às 09:29:00,
atualizado em 06/07/2024 às 11:58:14
A recente fusão do Disney+ e Star+ em uma única plataforma consumada no último dia 26 de junho não ficou somente mais caro, mas escancarou de vez uma prática que levou a televisão por assinatura à uma fuga de clientes em massa em um passado não tão distante. Quem é "fã do esporte" e vê na ESPN o grande - ou único - motivo para assinar o serviço, se depara com falta de opções.
Para quem quer usufruir dos eventos esportivos disponibilizados pela ESPN, precisa levar junto os filmes e séries da Disney. É um catálogo grandioso, mas que não seduz àquele que quer apenas ver seu time jogar. É como se o Globoplay obrigasse o assinante a ter um catálogo de novelas para assistir o Premiere. Não faz o menor sentido.
A própria Globo percebeu isso há muitos anos e "desmembrou" seu pay-per-view para estancar a queda de interessados. Na TV a cabo, assinar aquele punhado de canais inúteis e desinteressantes era uma das reclamações de assinantes que não queriam pagar por aquilo.
A falta de liberdade para se escolher o que queria ver aliado aos altos preços praticados fez com que o mercado permitisse uma rápida ascensão dos streamings. Hoje, a Disney pratica o que se sempre criticou. E deve sentir os efeitos nos cofres.
Como diria Cazuza, eu vejo o futuro repetir o passado. A estratégia de "tudo ou não" inflacionou - ainda mais - o custo para o consumidor e contrariou uma tendência moderna de consumo de conteúdo, que valoriza a personalização.
Tática que remonta ao jurássico da TV a cabo, o modelo fatalmente foi um tiro no pé. Basta fazer qualquer pesquisa em rede social para constatar que muitos já deixaram a plataforma em busca de alternativas mais baratas, pra não dizer ilegais.
A tão combatida pirataria voltou com força para quem quiser ver. E se antes isso ficava às sombras, agora tem páginas em rede social patrocinando "aparelhinhos" milagrosos capazes de acoplar todas as plataformas por até 10 reais mensais.
Ainda que a prática seja ilegal, fica difícil responsabilizar consumidores que se veem forçados a pagar por preços exorbitantes com um punhado de coisas desinteressantes para ver algo que julga interessante. Sem hipocrisia, é uma realidade que não pode ser ignorada.
O novo Disney+ precisa recalcular a rota, o mercado entender o cenário e o consumidor dar a resposta imediata.
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