Publicado em 17/08/2025 às 07:29:09, atualizado em 17/08/2025 às 09:06:14
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Em abril, o Grupo Globo quebrou o protocolo ao reintegrar um alto executivo ao seu quadro de funcionários: Carlos Henrique Schroder retornou como membro do Conselho de Administração. Após deixar a empresa em 2021, Schroder, que já ocupou o cargo de principal executivo da TV Globo, voltou em um movimento inédito. O NaTelinha apurou que seu retorno tem como objetivo ajudar a corrigir rumos estratégicos da companhia.
Embora não tenha autoridade formal para decisões, ou seja, o poder da caneta, desde que assumiu o cargo, Carlos Henrique Schroder tem se movimentado nos bastidores. Ele vem promovendo reuniões com diferentes áreas do Grupo Globo, passando por dramaturgia, rádios, jornalismo e outros setores, em uma atuação que sinaliza influência.
De acordo com fontes ouvidas, o executivo tem respaldo total da família Marinho para “colocar o trem nos trilhos”. Nos bastidores, há insatisfações com decisões recentes na Globo, e Schroder foi escalado justamente para reverter esse cenário.
Um exemplo disso é a reformulação em curso na GloboNews. Dentro da Globo, havia a percepção de que o canal apresentava excessos de viés à esquerda, o que motivou a busca por um jornalismo mais equilibrado e isento.
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A dramaturgia também terá um choque de ordem. Há críticas internas de que os textos atuais não refletem totalmente a realidade. Segundo profissionais do setor, o alinhamento frequente com pautas da agenda woke compromete o processo criativo e, em alguns casos, contribui para a queda de audiência no departamento.
Desde que assumiu em abril, a Globo também deu uma guinada no setor esportivo. Conseguiu recuperar todos os eventos esportivos que tinha perdido na época da pandemia, com exceção do Paulista, e pretende lançar o concorrente da CazéTV no YouTube, o GE TV, em setembro.
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"Ao longo de toda a sua brilhante carreira na Globo, como jornalista e como executivo, Schroder demonstrou grande sensibilidade para o valor do conteúdo de qualidade, no jornalismo, no esporte e no entretenimento. Ele entendeu a televisão aberta como o veículo capaz de unir uma nação continental como a nossa em torno de uma grande cobertura, de uma decisão de campeonato ou de capítulos decisivos de uma novela e trabalhou para potencializar a sua vitalidade num ecossistema multiplaforma e complementar."
João Roberto Marinho sobre o retorno de Carlos Henrique Schroder
Executivo falou sobre sua rotina como conselheiro da Globo
Nesta semana, o executivo falou pela primeira vez sobre sua atuação como conselheiro do Grupo Globo.
"Um dia desses me perguntaram se eu estava gostando de ser conselheiro de um dos maiores grupos de comunicação do Brasil. Se havia muita coisa para fazer…
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A pergunta me fez refletir sobre a dimensão real desse papel. De fora, pode parecer uma função marcada por reuniões pontuais e aprovações rápidas. Na prática, é um trabalho contínuo, que exige preparo, atenção a múltiplos temas e capacidade de enxergar o todo sem perder os detalhes.
É acompanhar resultados, avaliar riscos, revisar estratégias, planejar o futuro e lidar com decisões que, muitas vezes, precisam ser tomadas em cenários incertos. É estar pronto para discutir desde tecnologia e transição energética até sucessão, cultura e geopolítica. Acredito que minha formação como jornalista me possibilitou transitar por diferentes assuntos, analisar contextos diversos e conectar pontos que, à primeira vista, podem parecer distantes.
Aprendi a lidar com diferentes pautas ao mesmo tempo, a organizar informações e a manter a visão do todo sem perder os detalhes. No conselho é essencial conectar assuntos diversos, entender impactos cruzados e contribuir para que as decisões sejam consistentes e no tempo certo.
Pode parecer simples de fora, mas a verdade é que conselhos eficazes funcionam como organismos vivos: se adaptam, se antecipam e trabalham de forma integrada para garantir que a estratégia se transforme em resultado".
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A trajetória de Carlos Henrique Schroder na Globo
Iniciou carreira em 1982 na RBS, como editor do Bom Dia Rio Grande.
Entrou na TV Globo em 1985 como coordenador de Rede.
Atuou como editor-chefe do Jornal Hoje e editor de Assuntos Nacionais do Jornal Nacional.
Assumiu cargos estratégicos: diretor de Produção e Planejamento da Central Globo de Jornalismo e diretor-geral de Jornalismo e Esporte (2001).
Liderou grandes coberturas jornalísticas, ajudou a criar a GloboNews e o portal G1.
Tornou-se diretor-geral da TV Globo em 2013 e, em 2020, diretor-executivo de Criação e Produção de Conteúdo, acumulando também a direção de Entretenimento.
Sob sua liderança, nasceu o Globoplay e a Globo passou a atuar de forma integrada em múltiplas plataformas.
Sua gestão rendeu à emissora diversos prêmios, incluindo oito Emmys internacionais.
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