Publicado em 12/02/2025 às 04:01:00, atualizado em 12/02/2025 às 07:38:01
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A Globo possui uma audiência que poucas emissoras de televisão no mundo alcançam, o que a torna a melhor vitrine para eventos. Por essa razão, a emissora consegue firmar acordos com o Rock in Rio, Lollapalooza e outros shows sertanejos. No entanto, essa lógica não tem funcionado com os desfiles das escolas de samba. Desde o encerramento da TV Manchete, no final dos anos 90, a Globo tem investido cada vez menos nos desfiles, e a festa, que é um cartão-postal do país, tem se tornado cada vez mais um evento regional carioca.
Fora da programação do Rio de Janeiro, as afiliadas da Globo exibem poucas inserções dos clipes dos sambas-enredo de escolas tradicionais como Mangueira, Beija-Flor, Portela e Grande Rio. Além disso, fora da bolha do samba, o telespectador nem sabe quais serão os temas que irá assistir.
No passado, havia uma integração dos personagens do samba em toda a programação da Globo. Personalidades como Neguinho da Beija-Flor e Jamelão ganharam destaque nessa vitrine, com entrevistas no Fantástico, participações no Chacrinha, Xuxa e matérias especiais no Jornal Nacional. A Globo tratava os desfiles como um evento nacional.
Muito desse cenário ocorreu devido à falta da concorrência da TV Manchete (1983-1999), que transformava o Carnaval carioca na principal atração de sua grade durante o período festivo. Sem o canal da família Bloch, a Globo relaxou e passou a tratar um produto premium com menos interesse e exposição em sua grade.
A falta de uma concorrente forte resultou em uma diminuição da pressão competitiva para a Globo, o que levou a emissora a não renovar seu público de maneira eficaz. Não teve a preocupação de projeto nesse sentido e isso é um dos maiores problemas hoje do ponto de vista como show na TV. A transmissão dos desfiles enfrenta uma decadência.
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A ausência de um planejamento de longo prazo para manter e atrair novos telespectadores resultou na perda de relevância nacional dos desfiles de Carnaval transmitidos pela Globo, impactando negativamente a atratividade do evento para anunciantes e patrocinadores. Virou uma bola de neve.
O Carnaval do Sambódromo do Rio, que antes era tratado como um evento de interesse nacional, tornou-se mais regionalizado nos últimos tempos, o que dificulta a negociação de pacotes publicitários robustos e integrados.
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Na Manchete, a cobertura da transmissão do Carnaval começava às 18h, mostrando todos os preparativos da festa. Hoje, a Globo inicia a transmissão cada vez mais tarde, por volta das 22h30, e ainda corta sempre o primeiro desfile.
Não é saudosismo citar a Manchete na cobertura do Carnaval. Com uma concorrência saudável, os desfiles das escolas de samba eram valorizados. Sem competição, em 2025, a Globo se deu ao luxo de exibir a transmissão do Oscar em pleno domingo de Carnaval para o resto do Brasil.
Todos somos Fernanda Torres, mas o Oscar é tão nichado quanto o samba carioca, diferente do passado, quando havia uma divulgação massiva das escolas na grade da Globo. A decisão da emissora reflete suas prioridades.
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Alguém sabe cantar algum samba-enredo de 2025? Quais são os artistas homenageados? Sua resposta é o tema deste artigo.
Assista ao vídeo da chamada do Carnaval na TV Manchete:
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