Em 2021, a rádio Jovem Pan transformou-se em TV, um sonho do pai do Tutinha, o Tuta, criador desta marca Jovem Pan, em cima da emissora de rádio de nome Rádio Panamericana, criada pelo Paulo Machado de Carvalho (1901- 1992), que também fundou a TV Record e a Rádio Record.
Tutinha acabou descobrindo um nicho da comunicação pouco explorado no Brasil, que é o público conservador na televisão, talvez se inspirando na americana Fox News, mas acabou fazendo com que sua Jovem Pan News confundisse sua marca com a marca do presidente Jair Bolsonaro (PL). Para atender o nicho conservador, a emissora não poderia perder sua personalidade.
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A defesa às vezes enfática das atitudes de Jair Bolsonaro deveria ser feita demonstrando equidistância do chefe da nação e não servilidade a ele. Durante a corrida presidencial, diversos comentaristas da JP usavam camisa verde-amarela no ar, símbolo da campanha de Bolsonaro. Um erro primário na direção.
Uma emissora criada para ser conservadora poderia sim apoiar o presidente, na qual de forma ideológica se identificava, mas tem que saber fazer a crítica nos momentos em que o presidente beirava o exótico em agressividade contra a mídia e os jornalistas.
O presidente considerado conservador na eleição de 2018, logo após sua posse, passou a ser de extrema-direita. E nos últimos quatros anos, o que se viu foi um Bolsonaro perdido, sempre flertando com um Golpe Militar e fazendo de conta que mandava nas Forças Armadas. Desde outubro de 2021, percebeu-se uma TV Jovem Pan correndo atrás de Jair e tentando justificar as bobagens que ele criava.
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Bolsonaro nunca demonstrou postura de Chefe de Estado e menos ainda postura de Chefe das Forças Armadas. Nos últimos dias das Eleição 2022, a Jovem Pan News cometeu seu erro maior ao apostar todas as fichas na vitória de Bolsonaro. Partiu para o tudo ou nada.
Qual o futuro da Jovem Pan News
A Jovem Pan News deveria ter entendido sua real incumbência como veículo de comunicação e não embarcado na mesma canoa que se encaminhava à tempestade. E agora? Qual será o futuro do canal? Será que as empresas que precisam se aproximar de Brasília irão anunciar por lá?
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Acredito que o que a TV Jovem Pan deveria fazer agora seria manter seu perfil conservador, mas quem sabe dar férias ao seu comandante Tutinha para respirar e repensar o negócio.
Enquanto isso, na sua posição, deveria escalar seu primo Paulo Machado de Carvalho Neto, o Paulito, neto do criador da emissora de rádio com 80 anos de tradição, criado pelo avô Paulo Machado de Carvalho, de perfil conciliador e austero, que já foi presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (ABERT), para comandar a Jovem Pan News e, nesta fase de transição, dar novo rumo ao barco.
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A rádio sempre foi séria, a TV tem um perfil conservador que tem seu público, mas não pode se transformar naquilo que um dia do passado foi um grande filme de cinema de nome: A Nau dos Insensatos.
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