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"A TV no Brasil ainda é muito atrasada", critica Rodrigo Branco, ex-diretor da Band

Diretor compara TV do Brasil com a dos EUA, fala sobre sua carreira e elogia Márcia Goldschmidt


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Fotos: Diogo Alexandre

Após dirigir programas de Adriane Galisteu, Márcia Goldschmidt e Luiz Bacci na Band, Rodrigo Branco, 33 anos, decidiu largar a TV e morar nos Estados Unidos.

"Não volto para o Brasil por dinheiro nenhum. Eu fiquei com o melhor da televisão, hoje eu posso criar qualquer conteúdo e escolho o talento que quero trabalhar", afirma Branco, que hoje se tornou empresário de marketing de famosos brasileiros que visitam Orlando.

Ele explica que em seu novo trabalho, todas as ações em torno da ida das celebridades aos Estados Unidos está sempre atrelada à exposição com grandes marcas e já idealizou projetos com Rihanna e Justin Bieber.

Rodrigo Branco foi o mais jovem diretor da Band, aos 24 anos, sendo ele que intermediou a transferência de Luiz Bacci da RecordTV para a emissora do Morumbi em 2014.

Em conversa com o NaTelinha, ele revela que não sente saudades da TV por onde trabalhou por 13 anos: "Eu tenho três TVs em casa, não sinto falta nenhuma (risos). No ano passado eu dirigi e primeira temporada do 'Ridículos', aqui em Miami, na MTV. Eu gosto muito de trabalhar em televisão, mas acho que a TV no Brasil ainda é muito atrasada. O ritmo de trabalho e na forma de se pensar. A televisão no Brasil é muito latina, não tem nada a ver com que é feito aqui nos Estados Unidos".

\"A TV no Brasil ainda é muito atrasada\", critica Rodrigo Branco, ex-diretor da Band

E exemplifica: "Os realitys estão indo bem no Brasil, só que ainda não são produzidos como deveriam, os castings e as histórias das pessoas por exemplo. Tanto que você não vê um vencedor no 'The Voice', o 'X-Factor' teve um vencedor com expressão nenhuma, tudo porque não tem o trabalho de produzir o conteúdo. É simplesmente fazer uma inscrição e botar a pessoa para cantar. Aqui nos Estados Unidos é diferente, eu estou muito próximo aos produtores de televisão daqui. O 'American Idol' eles ficam seis meses viajando o país, em barzinhos vendo gente cantar para abordar e participar do programa. Então não é simplesmente um show de calouros, tem um trabalho muito maior".

Para Branco, 80% da população não entende programas como "Dentista Mascarado" e "Tá no Ar", ambos da Rede Globo, e afirma que hoje em dia os profissionais de TV produzem conteúdo para eles próprios e não para quem está assistindo, e cita Sônia Abrão como um exemplo de apresentadora que sabe conversar com o público.

"A grande piada do 'Tá no Ar' é aquela coisa de mudar de canal na Net, mas quantas pessoas têm Net no pais?", questiona.

"Um dos projetos que mais gostei de fazer foi o 'Muito Mais', porque eu consegui juntar o Lysandro Kapila, que hoje é roteirista do 'Caldeirão do Hulk', a Rita Batista, que é negra, mulher, baiana, Adriane Galisteu e o Gominho, que na época era um menino de 23 de anos de Bangú. Quando você faz televisão tem quer pra todo mundo", diz.

\"A TV no Brasil ainda é muito atrasada\", critica Rodrigo Branco, ex-diretor da Band

Rodrigo elogia o SBT, que segundo ele é a melhor emissora em todos os sentidos para se trabalhar pelo que tem acompanhado, mas descarta voltar à televisão brasileira. Quando o nome da apresentadora Márcia Goldschmidt, com quem trabalhou por três anos na Band, é citado na entrevista, sua resposta faz parecer que existe uma possibilidade. "Eu tenho uma gratidão e lealdade pela Márcia que aonde ela tiver eu estarei junto. Eu acho que ela volta para a TV. Márcia tá em Portugal, passou por vários problemas por causa das crianças e agora está bem. Se a Márcia voltar para a televisão ela dá 10 pontos de audiência de novo. Porque ela sabe falar com o povo", analisa.

Nos Estados Unidos, Rodrigo Branco trabalha em parceria com a ACT10N, empresa de marketing e entretenimento do empresário Marcos Buaiz, marido de Wanessa Camargo, e do ex-jogador Ronaldo. "Profissionalmente eu estou muito melhor que eu estava. Financeiramente eu agora ganho em dólar e artisticamente agora eu escolho com quem trabalho. Eu brinco, se eu quiser ir às 15h no parque aquático eu vou, faço o que eu quero, faço meu conteúdo", conclui.

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