Notícias

Sem dissídio e reajustes desde 2013, funcionários da Cultura param atividades


tvcultura-fundacaopadreanchieta-greve-08092016.jpg
Reprodução

O caos está instalado na TV Cultura, canal público mantido pela Fundação Padre Anchieta. Desde a manhã desta quinta-feira (8), funcionários estão realizando paralisação nas atividades.

A greve é de jornalistas e radialistas, que pedem o pagamento de dissídios acordados desde 2013, além de reajuste real de salário de 3% - os vencimentos de todos estão congelados desde 2014.

A paralisação é a terceira em apenas dois anos. Segundo o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo, que está na porta da Fundação Padre Anchieta com carros de som, a greve foi deflagrada diante da negativa da Fundação Padre Anchieta em negociar um Acordo Coletivo com os funcionários que possa garantir um reajuste de salário.

O estado de greve pode ser finalizado na próxima segunda-feira (11), em Assembleia no próprio sindicato, a depender do avanço das negociações.

No entanto, tudo indica que está muito difícil conseguir algo. Segundo informações obtidas pelo NaTelinha em primeira mão, existe um grande impasse entre chefia de jornalismo - comandado por William Corrêa, apresentador do "Jornal da Cultura" - e o Sindicato.

Nesta manhã, por exemplo, segundo relatos de funcionários e do órgão, a chefia tentou fazer equipes furarem a greve, com base numa liminar de 2013 da Justiça de São Paulo, que obriga 60% dos trabalhadores a exercerem suas funções.

O Sindicato alega que, depois desta liminar, uma outra foi conseguida, indeferindo a ordem judicial de 60%. A chefia prometeu chamar a polícia se não houvesse acordo imediato para o retorno aos trabalhos, e foi isso que aconteceu.

Por volta das 11 da manhã, a Polícia Militar chegou, acompanhou parte das falas, conversou com alguns dos sindicalistas e deixou o local às 11h45. O movimento está bem tranquilo e pacífico desde o início.

No ar, a principal dificuldade será vista no "Jornal da Cultura Primeira Edição", exibido ao meio-dia. Ele irá ao ar com câmeras travadas, já que não haverá cinegrafistas, apenas dois entrevistados, links ao vivo apenas em Brasília e no Rio e matérias de gaveta, porque não teve produção nesta manhã.

Procurada para comentar a greve, a Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura, afirmou respeitar a decisão dos funcionários, já que a paralisação foi uma decisão unânime: "A direção vem mantendo constantes negociações junto aos órgãos governamentais, no sentido de conseguir melhorias em benefício de seus colaboradores. No último mês, a Fundação Padre Anchieta teve autorização junto ao Conselho de Defesa dos Capitais do Estado (CODEC) para reajustar o vale-refeição de seus colaboradores, com recursos próprios. Todas as providências necessárias para manter as atividades administrativas e as emissoras no ar estão sendo tomadas pela instituição, que permanece aberta ao diálogo com os sindicatos e colaboradores".

TAGS:
Mais Notícias

Enviar notícia por e-mail


Compartilhe com um amigo


Reportar erro


Descreva o problema encontrado