Record "esconde" A Escrava Isaura e exalta novelas bíblicas em reportagem dos seus 70 anos
Emissora exibiu reportagem especial no dia em que completa sete décadas
Publicado em 27/09/2023 às 15:27
A Record completa 70 anos nesta quarta-feira (27). Para marcar a data, a emissora exibiu uma reportagem comemorativa durante o Fala Brasil sobre as principais atrações do canal ao longo das últimas sete décadas. Porém, a matéria deixou de fora artistas que passaram pela Record, como Xuxa e Marcos Mion. Todas as novelas antes de Os Dez Mandamentos (2015) também foram esquecidas, como Prova de Amor (2005) e A Escrava Isaura (2004). Somente os folhetins bíblicos tiveram destaque.
“O ano era 1953. O dia, 27 de setembro. Naquela data, começaram as transmissões de um canal que levou aos brasileiros informações de qualidade e entretenimento. Uma companhia agradável. Logo nos primeiros anos, o público acompanhou entrevistas, reportagens, números musicais e conheceu um super-herói: Capitão 7, que foi ao ar pela primeira vez em 1954”, abriu o repórter Jean Brandão na reportagem especial.
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A matéria com cerca de 11 minutos contou a história de alguns programas da Record em cada década. Quando retratou a dramaturgia, o VT deixou de fora da “festa” todas as novelas produzidas pela emissora antes de 2015, quando ainda não produzia folhetins bíblicos e não tinha a supervisão no setor de Cristiane Cardoso, filha de Edir Macedo.
“A dramaturgia chegou a um novo patamar na década seguinte (2010)”, diz o off da reportagem, sem mencionar os folhetins anteriores. Tramas como Mutantes (2008), Prova de Amor e o campeão de vendas no exterior, A Escrava Isaura não tiveram direito de serem citados e, nem como forma de homenagem, um frame foi inserido na reportagem que tinha como mote destacar atrações importantes na história da emissora.
Record só destacou novelas bíblicas
Em contrapartida, a matéria do Fala Brasil exaltou as novelas evangélicas. “A Record mergulhou no mundo encantador das histórias bíblicas. Um gênero reconhecido no mundo inteiro com superproduções emocionantes”, elogiou o texto do repórter. Que continuou: “A Dona Maria Isabel senta na mesma cadeira, no mesmo horário, todos os dias. Um hábito que já mantinha antes para acompanhar as novelas, séries e minisséries da Record, mas que ficou ainda mais forte com Os Dez Mandamentos”.
Os folhetins Terra Prometida (2017), O Rico e Lázaro (2017), Apocalipse (2017), Jesus (2018), Jezabel (2019), Gênesis (2021) e a série Rei também foram mencionadas. “As produções bíblicas fazem companhia para os telespectadores”, exaltou a reportagem.
Artistas que já passaram pela emissora também foram excluídos na matéria, como Gugu Liberato (1959 -2019), Xuxa Meneghel, Fábio Porchat, Sabrina Sato, Marcos Mion e Paulo Vieira. A reportagem exibida pela Record homenageou o Capitão 7, Jovem Guarda, Festival de Músicas, Família Trapo, Especial Sertanejo, Programa Raul Gil e as atrações do jornalismo.
