De a primeira vez a crítica ao PT: 7 confissões de Jô Soares
Comediante deu entrevista à revista Playboy em que revelou algumas curiosidades da vida íntima
Publicado em 06/08/2022 às 18:45
Morto aos 84 anos nesta sexta-feira (5), Jô Soares já deu entrevistas reveladoras durante sua trajetória como apresentador e comediante. Em 1986, por exemplo, ele conversou com a revista Playboy e fez diversas confissões sobre suas opiniões e experiências na vida pessoal. No bate-papo, ele contou que transou pela primeira vez aos 18 anos e que acreditava que o PT não tinha "o menor senso de bom humor".
Na época da entrevista, Jô ainda não havia descoberto sua convocação que o faria ser conhecido por várias gerações: o de saber conduzir entrevistas. Foi somente dois anos depois, em 1988, que o humorista trocou a Globo pelo SBT onde estreou o talk show Jô Soares Onze e Meia.
Portanto, toda a conversa feita com Jô Soares foi norteada pelo sucesso do Viva o Gordo, seu programa de esquetes de humor na Globo, e sobre sua vida pessoal. Na entrevista, ele contou que se apaixonou por uma garota iraniana quando foi viver na Suíça ainda na adolescência. "A minha primeira namorada — foi na Suíça, onde eu já estudava — era uma iraniana. Lembro até hoje o nome: Omah Harieh. Eu tinha 13 anos", relembrou.
O sexo, no entanto, só foi descoberto anos mais tarde quando Jô já tinha 18 anos. "É, foi um caminho meio ortodoxo [risos], já na volta ao Brasil. Claro que antes disso eu tive relações amorosas com algumas namoradas na Europa que foram transas sexuais, mas era uma coisa muito mais assim de se amassar, de se pegar e tal. Não no sentido clássico do ato [risos]. Mas então foi dentro dos moldes mais machistas e mais profissionais possíveis. Porque é uma coisa que fica na cabeça do homem, que ele tem que transar. Todo mundo mente, né, diz que já transou, acho que desde os 9 ou 10 anos de idade. Aquilo já estava me deixando preocupadíssimo, alucinado", pontuou.
Se a primeira relação demorou para acontecer, Jô aproveitou a solteiríssima como pode. Na entrevista, o humorista revelou que tinha uma vida amorosa agitada ao ponto de ter namorado com três mulheres ao mesmo tempo:. "Aí fica um inferno, porque inclusive sua casa vira uma peça de Feydeau [autor de comédias de vaudeville francesas]. Você tem que mudar o cenário toda hora [risos]. "Ih, tem isso aqui, isso aqui não é dela. Epa, chegou a outra!" É uma palhaçada".
Confira mais revelações de Jô Soares:
Jô Soares e as dietas
Em meados de 1972, Jô Soares decidiu fechar a boca para não engordar mais. No entanto, engana-se quem pensou que o humorista tentou se desvencilhar do corpo que já o fez tão famoso. Na Playboy, ele disse que ainda voltou a ter o peso de antes porque as pessoas o desencorajavam: "Eu sou o único gordo que emagreceu e que não teve estímulo. Todo mundo dizia assim: Ah, você fica tão melhor gordo!".
Fã de revólveres
Na entrevista, o comediante explicou que gosta de armas desde infância. Na juventude, ele praticava tiro ao alvo no estande do clube do Fluminense, time em que era declaradamente torcedor. "Atirava de 38, sei atirar de Magnum, que é uma arma belíssima. Tive coleção de revólveres e me desfiz porque não tenho apego às coisas, fui dando de presente".
Como Jô Soares geria seu dinheiro?
Se a moda hoje é investir em NFTs e ações, Jô Soares transformava seu dinheiro em ouro. Ele afirmou que preferia comprar o item precioso por não ter a menor noção de como os investimentos eram administrados: "Como eu não entendo nada de investimento, patavina, o que ganho através da minha firma, a Jô Soares Produções Artísticas, em vez de aplicar em ações, ou fundos ou isso ou aquilo, eu aplico em ouro. Que, é claro, fica tudo guardado em custódia num banco".
Jô Soares e a política
Na época da entrevista, o PT tinha perdido a Prefeitura de São Paulo para o candidato Jânio Quadros, do PTB. Além dele, Fernando Henrique Cardoso também estava na disputa pelo PMDB. Jô também comentou sobre o que achava do partido por conta da derrota:" Acho que o PT seria um partido extraordinário pela sua integridade. Só que [faz ar de desalento] é um partido sem o menor senso de humor, e acho que não se faz nada sem humor, nem política. Essa falta de jogo de cintura deu a eleição [para prefeito de São Paulo em 1985] ao Jânio".