Sem conversa

Decisão por reprises mostra falta de diálogo da Globo com outras empresas do grupo

Escolha por novelas não levou em conta estratégias de outras plataformas


Mariana Ximenes como Tancinha em Haja Coração
Globo vem tomando decisões questionáveis - Divulgação/TV Globo

Em 2018, a Globo lançou uma proposta em que pretende unificar todos as plataformas da empresa. Mas ao que parece o projeto Uma Só Globo só fica mesmo no papel. O que vem sendo percebido pelo público e, principalmente pela imprensa, é a falta de organização e estratégia para tomada de decisão dentro das empresas do conglomerado.

Essa percepção se tornou mais latente aos últimos anúncios de reprises da emissora. Na semana passada, todos levaram um susto com a escolha de Haja Coração como substituta de Totalmente Demais às 19h. Acontece que a novela de Daniel Ortiz é baseada em outra trama da Globo, Sassaricando, de 1988.

O problema é que, há meses, a novela original de Silvio de Abreu estava escalada para entrar no Canal Viva a partir de setembro. Sem diálogo, o canal pago, que também pertence ao grupo Globo, foi pego de surpresa com a notícia da reapresentação de Haja Coração.

Mesmo assim, o canal se manteve firme e Sassaricando segue como sucessora de Brega e Chique. Resultado: veremos duas histórias iguais em duas novelas diferentes. Vale ressaltar que tanto a Globo quanto o Viva sempre disseram preservar a diversidade da sua programação.

Para inflamar mais na decisão controversa por Haja Coração, a Globo ignorou o pedido do público pela reprise de Ti-ti-ti. Tida como uma das mais requisitadas, principalmente nas redes sociais, a tag #VoltaTiTiTi figurou entre os assuntos mais comentados do Twitter, durante quase três horas, no dia 20 de julho.

Mesmo assim, a emissora não acolheu o pedido do público. Outra polêmica envolvendo a novela do Daniel Ortiz envolve o Globoplay. Se não bastasse todos os aspectos citados, depois do anúncio da reprise de Haja Coração, o serviço de streaming confirmou Torre de Babel como próxima novela disponível na plataforma, a partir desta segunda-feira (3).

Em ambos os folhetins existem a personagem Shirlei, com características semelhantes. Na trama de 1998, interpretada por Karina Barum e, em Haja Coração, vivida por Sabrina Petraglia.

Decisão por reprises mostra falta de diálogo da Globo com outras empresas do grupo

Outro caso questionável é a escolha de Laços de Família no Vale a Pena Ver de Novo, a partir de setembro. Neste caso, a Globo também não levou em consideração a escalação de Mulheres Apaixonadas para o Viva.

Afinal, foram duas novelas de Manoel Carlos, ambas ambientadas no Leblon, exibidas às 21h... ou seja, veremos o mesmo universo em duas produções diferentes.

A Globo também atropelou o Globoplay ao anunciar Laços de Família na sessão vespertina. É que a novela seria disponibilizada a partir desta segunda no serviço de streaming, conforme programação inicial da plataforma. 

O Globoplay voltou atrás e vai colocar o título na íntegra a partir de setembro, mesma época em que a Globo vai iniciar a exibição na TV aberta.

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