Bolsonaro "faz justiça" ao dar menos dinheiro à Globo, diz Flor
Artista do SBT defende verba igual para emissoras com menor audiência; confira
Publicado em 01/07/2020 às 17:59
No Triturando desta quarta-feira (1o), Flor explicou por que a Globo demitiu artistas como Renato Aragão, Miguel Falabella e José Loreto. Para a artista do SBT, a emissora carioca não pode mais assinar contratos milionários porque perdeu a "ajuda" do governo a partir da eleição de Jair Bolsonaro.
"Eles não estavam trabalhando, mas pelo que eu saiba a verdade é outra, gente. A Globo tinha uma grande ajuda, maior do que todas as emissoras, do governo antigamente, que agora está sendo dividida igualmente entre Record, Bandeirantes, SBT, e aí não dá mais para bancar salários milionários. A Justiça foi feita, não dá para bancar todo mundo. Que Deus abençoe, são grandes artistas”, disse Flor.
Uma frase de Flor chamou a atenção: "A Justiça foi feita", em relação à verba federal repartida "igualmente" entre as emissoras. O governo Bolsonaro alterou o método para dividir os gastos com publicidade na TV e desconsiderou a audiência de cada emissora.
A Globo, que detém mais de 50% de público da TV aberta, representou apenas 16,3% da verba da gestão Bolsonaro no ano passado (em 2017, detinha 48,5% dos recursos). Record e SBT, por sua vez, dispararam na distribuição de dinheiro do governo (42,6% e 41%, respectivamente), segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo.
Em 2019, o responsável por dividir a verba federal entre as emissoras era Fábio Wajngarten, chefe de Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social), alinhado aos interesses de Record, SBT, Band e RedeTV! (em 2017, por exemplo, convenceu as quatro emissoras a assinarem contrato com a empresa de aferição de audiência GfK sob o argumento de que o Ibope privilegiava a Globo; a parceria acabou no mesmo ano, e os canais foram ressarcidos).
Há duas semanas, a distribuição de publicidade do governo na TV aberta ficará a cargo de Fábio Faria, novo ministro das Comunicações e genro de Silvio Santos, dono do SBT (qualificação para chefiar a pasta, segundo o presidente). Apesar do suposto conflito de interesses, Faria prometeu dar a mesma atenção a todos os meios de radiodifusão.