Roberto Justus diz que Mion se arrependeu sobre coronavírus: "Sabe que falou bobagem"
Assessoria de Marcos Mion, porém, diz que ele não se arrependeu e continuará alertando a população
Publicado em 23/03/2020 às 15:41
Roberto Justus participou do Aqui na Band, nesta segunda-feira (23) e explicou o motivo de ter enviado um áudio para Marcos Mion para falar sobre o novo coronavírus. O empresário afirmou que o apresentador se arrependeu de ter dado uma projeção de quantas pessoas morreriam no Brasil por causa da doença, mas Mion nega essa informação.
“Eu tô preocupado, assim como todo mundo. Ontem surgiu uma polêmica porque vazou uma conversa pessoal de um grupo nosso de apenas sete amigos e um dos amigos não foi tão amigo assim, vazando uma conversa com o Marcos Mion, onde eu fui até um pouco ríspido porque o Marcos está fazendo um trabalho bacana, entrando nas redes sociais dele pedindo para as pessoas tomarem cuidado, etc, o que é muito louvável, mas ele veio falar que o Brasil previa um milhão de mortes no mês de abril, aí a coisa desandou, porque eu fiquei bem irritado com isso”, iniciou.
“Os números e os fatos não justificam essa histeria global, essa loucura, todo mundo desesperado. Por isso discuti com o Marcos Mion naquele áudio. Ele não pode falar isso, ele já se arrependeu. Ele falou pra mim que pegou um biólogo que falou essa bobagem sem precedente e ele só repetiu, mas não pode repetir. Ele já sabe que foi besteira”, disparou Justus.
O comunicador ainda criticou famosos que estão falando sobre o coronavírus que, na sua visão, estão assustando muita gente. “Eu vejo um monte de artista querendo ficar bem com o público, vamos informar direitinho porque o exagero de assustar as pessoas também é uma coisa ruim. O que eu faria é estimular as pessoas a lavarem as mãos, usar o álcool em gel, eu falo isso no áudio”, ressaltou.
Procurada pelo NaTelinha, a assessoria de Marcos Mion soltou a seguinte nota: "O apresentador Marcos Mion em nenhum momento afirmou que morreria 1 milhão de pessoas. No grupo de amigos de onde o áudio foi vazado, a discussão girava em torno das projeções de diferentes cenários apresentadas pelo biólogo, especializado em virologia, Átila Iamarino. Desde o dia 12 de março, Mion usa e continuará usando, diariamente, seu alcance nas redes sociais e toda a sua credibilidade para alertar a população sobre a importância da prevenção diante do coronavírus. Seus vídeos, que somam milhões de acessos e são compartilhados nas mais diferentes plataformas, apresentam exclusivamente informações e recomendações de fontes oficiais".
Sobre ele ter se arrependido da postagem, como afirmou Roberto Justus, a assessoria nega informação: "Mion não se arrepende, pois em nenhum momento fez afirmações taxativas sobre números. Todos no grupo discutiam saudavelmente sobre o conteúdo de um vídeo de um especialista".
Ele aproveitou para explicar que não quis “debochar” do número de pessoas que morreram por causa do vírus, mas se manteve firme ao dizer que a quantidade de cidadãos que faleceram é pouco em comparação com a quantidade de gente que vive no planeta.
“Eu disse que 12 mil mortes não é muita coisa e as pessoas até me acusaram de estar debochando dos mortos e coisas desse tipo. Pelo amor de Deus, 12 mil mortes é muito, uma morte é muito, qualquer morte é muito, mas agora a gente pensar em 12 mil mortes pra um mundo com 7 bilhões de pessoas, é muito pouco para criar essa histeria coletiva que foi criada no mundo”, opinou.
“No Brasil, foram 35 mortes lamentáveis, mas também muito pouco para 210 milhões de habitantes. Mas então o que eu falo é o seguinte: tem que tomar cuidado com esse vírus, mas um lockdown vai causar uma catástrofe econômica e aí o pessoal vem dizer que me preocupo mais com dinheiro do que com pessoas, não é verdade. As pessoas vão sofrer. Quem vai sofrer mais com a catástrofe econômica mundial? Os mais pobres, os mais carentes. Vocês sabem quantas crianças morrem no Brasil com problemas relacionados à fome? São de seis a sete mil por ano”, acrescentou.
Roberto Justus fala da economia
Roberto Justus não concorda que haja paralisação e afirmou que o Brasil será um dos países que mais vai sofrer com uma nova recessão. “O Brasil sofre mais, só ver que a Bolsa de Valores do Brasil foi que teve a maior queda. O Brasil já vem de um terreno já minado por causa de um desgoverno dos últimos tempos, dos últimos anos que levou ao caos de 12 milhões de desempregados. Agora vamos ter 20 milhões de desempregados. Estamos preparados pra isso?”, declarou.
“Quem tá saudável, deixa as crianças irem pra escola, deixa os adultos saudáveis trabalhar, deixa a economia rodar. Doutor Geraldo [Alckmin] sabe que pra acabar com uma pandemia o ideal é que as pessoas criem anticorpos. Se 50%, 60% das pessoas tiveram contaminadas – e essas pessoas nem terão sintomas ou terão uma leve gripe – a doença vai acabar”, pediu.
“O que eu falo? Vamos isolar os idosos, os mais velhos, não tenha dúvida, isolar pessoas com problemas de saúde, porque se você olhar as 35 do Brasil e as 15 mil do mundo, 95% ou 98% morreu por ter idade avançada ou por ter outras doenças crônicas”, sugeriu.