"Encontro" é condenado por exibir versão de advogada que acusou juíza de racismo
Tribunal de Justiça decidiu que juíza participe do programa
Publicado em 08/06/2019 às 17:21
A Justiça do Rio de Janeiro condenou a Globo e o "Encontro" por exibir a versão da advogada Valéria Lúcia dos Santos que acusou a juíza leiga Ethel Tavares de Vasconcellos de racismo, após ter sido algemada durante audiência ocorrida em setembro de 2018. A decisão é da juíza Eunice Bitencourt Haddad, da 24ª Vara Cível e que concedeu direito de resposta a vítima.
De acordo com a decisão, Ethel terá direito ao mesmo espaço que Valéria contou dentro do programa "Encontro". A juíza Eunice lembrou que a decisão se dá pelo fato de que a emissora optou por mostrar apenas uma versão dos fatos, mesmo sabendo que o Tribunal de Justiça estava investigando o caso.
A advogada participou do matutino global no dia 14 de setembro e dispôs de tempo para contar toda a versão da história que havia viralizado nas redes sociais. Vídeos gravados mostravam o bate-boca entre ela e a juíza leiga que acabou solicitando apoio da polícia que algemou a advogada. Ela chegou a ser encaminhada para uma delegacia de Duque de Caxias e entrou com processo por racismo.
O caso fez muito barulho à época e diversas entidades apoiaram a advogada e falaram sobre o racismo social. A OAB chegou a manifestar repúdio pela atitude da juíza leiga que não é togada e é nomeada para mediar casos de audiências. O Tribunal de Justiça concluiu que a juíza não havia cometido nenhuma infração e que não houve racismo diante da situação.
A Globo terá de oferecer o mesmo espaço para Ethel no prazo de 90 dias contados a partir da publicação da decisão, ocorrida na última segunda-feira (03), o que significa que o direito de resposta deve acontecer até o início de setembro.
Procurada, a Globo não se manifestou até o fechamento desta matéria.