Marco Nanini sobre interpretar João de Deus em série: "Desafio"
Ator viverá médium condenado por crimes por abusos sexuais
Publicado em 10/11/2022 às 08:59
Marco Nanini será João de Deus na série Os Últimos Dias de Abadiânia, produção capitaneada pelo Canal Brasil e com direção de Marina Person. A informação é do jornal O Globo desta quinta-feira (10).
A história será contada a partir do ponto de vista das irmãs Carmem (Bianca Comparato) e Cecília (Karine Teles) que vão até a cidade em Goiás para conhecer o líder espiritual. Tudo se passa 17 anos antes de sua prisão por abusos sexuais.
"Certamente será um desafio interpretar esse personagem. Contamos com um roteiro excelente, uma diretora muito talentosa e um grupo de atores que admiro. Estou animado", afirmou ele ao O Globo.
Confira a primeira foto de Nanini como João de Deus, publicada pelo jornal:
A série sobre João de Deus
Na produção do Canal Brasil, Karine Deles será Cecília, irmã que é abusada sexualmente e leva um trauma. Enquanto isso, Bianca Comparato será Carmem, que acredita nos poderes de João e se transforma uma fiel e dedicada funcionária.
Antonio Saboia, que também está no elenco, será Lindinho, uma espécie de braço direito de João de Deus. As atrizes portuguesas Ana Sofia Martins e Dalila Carmo completarão o time.
Os textos da série ficam a cargo de Patrícia Corso e Leonardo Moreira. A obra é uma coprodução entre Brasil e Portugal, do Canal Brasil com a Ventre Studio, Coral Europa e a TVI.
Além desta, João de Deus já foi alvo de duas séries: Em Nome de Deus, do Globoplay e João de Deus, Cura e Crime, da Netflix.
João de Deus foi condenado por crimes
João de Deus foi condenado por crimes como estupro e posse ilegal de armas de fogo. O médium violentava mulheres que procuravam a Casa de Dom Inácio de Loyola para receber atendimento espiritual. A primeira a denunciar publicamente que foi sexualmente abusada pelo curandeiro foi Zahira Leeneke Maus, uma coreógrafa holandesa.
Ela esteve no programa Conversa com Bial e contou sobre a violência sofrida enquanto esteve em Abadiânia, dizendo também que ouviu relatos de outras mulheres e concluiu que havia um sistema para as vítimas.
"A primeira coisa é 'vire de costas, eu vou te curar'. Existe um padrão (...) Você é manipulada a acreditar na cura”, apontou ela. Após a denúncia, outras mulheres procuraram a polícia e uma força-tarefa foi criada para investigar os mais de 300 relatos recebidos.
Em 19 de dezembro de 2019, o médium foi condenado 19 anos de prisão pelos crimes sexuais cometidos em Abadiânia e, em 2020, passou a cumprir a pena em regime domiciliar por conta da pandemia da Covid-19.