Exagerada? Tieta recebeu críticas e perdeu prêmio para novela das 7 há 35 anos
Reprisada na Globo, trama não agradou a todos na primeira exibição, entre 1989 e 1990
Publicado em 25/03/2025 às 15:25
Clássico da TV e reprisada atualmente no Vale a Pena Ver de Novo, Tieta, que foi exibida originalmente no horário nobre, perdeu um prêmio importante para uma novela das 19h exibida pela Globo no mesmo ano: Que Rei Sou Eu?. As tramas de 1989 disputaram o Troféu Imprensa no ano seguinte.
No Troféu Imprensa comandado por Silvio Santos (1930-2024) e exibido no SBT em 27 de maio de 1990, para premiar os melhores da TV no ano anterior, Que Rei Sou Eu? recebeu 5 votos e foi eleita pelos jornalistas a melhor novela de 1989. Ficou à frente de Tieta, que foi a preferida de 3 jurados.
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Além de perder para uma novela das sete, que tradicionalmente é menos vista e menos prestigiada que a trama do horário nobre, Tieta também empatou, na votação, com Kananga do Japão. A trama da extinta Manchete, protagonizada por Christiane Torloni, também levou 3 votos.
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No júri, Carlos Imperial (1935-1992) elogiou a atuação de Betty Faria, classificada como “exuberante”, mas criticou os outros atores. “Todo o elenco quis aproveitar, aparecer, fazendo tipos exagerados. A novela virou overacting, ou seja, todo mundo exagerando na interpretação”, disse o comunicador.
Nelson Rubens foi um dos três que votaram na novela baseada no livro de Jorge Amado (1912-2001). “Por causa desse momento que o Brasil viveu no ano passado, acho que a novela Tieta foi um refresco para nós, brasileiros, após o horário político”, justificou o jornalista.
Em 1989, o Brasil voltou a eleger um presidente democraticamente após 21 anos de ditadura militar. Que Rei Sou Eu? era ambientada no Reino de Avilan, que tinha referências à revolução francesa, mas com referências à política e à sociedade brasileira, o que foi elogiado pelo júri do Troféu Imprensa.
Na trama, Jean-Pierre (Edson Celulari) comanda rebeldes dispostos a tomar o poder a fim de pôr fim à miséria do povo, explorado pelos nobres como a tresloucada Rainha Valentine (Tereza Rachel). A princípio, o heroi nem desconfia de que é filho bastardo do rei e, portanto, o herdeiro do trono.
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Tieta perdeu o prêmio principal, mas levou outros três: atriz para Joana Fomm, que interpretou Perpétua (empatada com Tereza Rachel, de Que Rei Sou Eu?); ator para José Mayer, o Osnar (empatado com Lima Duarte, de O Salvador da Pátria); e revelação para Luciana Braga, que viveu Imaculada.
Exibida originalmente na Globo entre 1989 e 1990, Tieta foi escrita por Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e Ana Maria Moretzsohn, baseada no romance Tieta do Agreste, de Jorge Amado, e teve direção geral de Paulo Ubiratan.
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