Além de Mania de Você: 5 novelas em que a Globo mudou tudo para salvar a audiência
Explosão de shopping, terremoto e mais: relembre tramas problemáticas do horário nobre
Publicado em 23/10/2024 às 07:39,
atualizado em 23/10/2024 às 10:10
Desde a estreia, Mania de Você não vai bem de audiência, e mudanças têm sido feitas desde a primeira semana a fim de atrair o público para a novela da Globo. Só que a trama está longe de ser a primeira a enfrentar a rejeição do telespectador.
O horário nobre da Globo já teve diversas novelas que não iam bem e, por isso, passaram por reformulações. Algumas delas chegaram a mudar tudo a fim de agradar a audiência. Em alguns casos, deu certo; em outros, nem tanto.
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Confira, a seguir, cinco vezes em que a Globo mudou tudo em uma novela para salvar a audiência:
Babilônia (2015)
A rejeição a Babilônia, há nove anos, foi imediata. O primeiro capítulo já gerou polêmica com um beijo entre o casal Tereza (Fernanda Montenegro) e Estela (Nathalia Timberg), que atiçou a ira dos conservadores. As lésbicas da história perderam espaço, e as cenas românticas entre elas desapareceram.
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Vários personagens também tiveram o perfil alterado. Então diretor de dramaturgia da Globo, Silvio de Abreu chegou a reescrever alguns capítulos e acelerou os acontecimentos. De nada adiantou: a audiência continuou baixa até o fim e a duração precisou ser encurtada em três semanas.
Torre de Babel (1998)
Torre de Babel prometia ser uma novela “forte, verdadeira, emocionante”. As altas doses de violência e de temas polêmicos para a época, como drogas e homossexualidade feminina, fez a audiência reagir e mudar de canal. A saída encontrada pelo autor Silvio de Abreu entrou para a história.
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Vários personagens morreram na explosão de um shopping, cenário principal da novela. Entre eles, o casal Leila (Silvia Pfeifer) e Rafaela (Christiane Torloni) e o usuário de drogas Guilherme (Marcello Antony). A história ficou mais romântica, entrou uma bossa-nova na abertura e, enfim, o público voltou.
Suave Veneno (1999)
O público também torceu o nariz para Suave Veneno, novela centrada em mistérios e nos conflitos familiares do empresário Waldomiro Cerqueira (José Wilker). Sua fortuna é ambicionada por uma das filhas, a vilã Maria Regina (Letícia Spiller).
O autor Aguinaldo Silva precisou mexer na história, começando por matar a filha bastarda do protagonista, Clarice (Patrícia França), uma das figuras centrais da história. Novos casais se formaram e personagens surgiram, mas a trama não escapou do fracasso.
O Dono do Mundo (1991)
A história de um cirurgião que aposta com um colega que transaria com a noiva de um funcionário antes deste era o mote de O Dono do Mundo (1991), de Gilberto Braga (1945-2021). A premissa chocou o público da época, que deu mais atenção à mexicana Carrossel, exibida na mesma época pelo SBT.
Em uma reviravolta, Márcia (Malu Mader) decide se vingar do vilão Felipe Barreto (Antônio Fagundes), que se regenera – em mais uma farsa, só revelada no final. Paulo Gorgulho, em alta na época, entrou para formar um triângulo amoroso. A audiência subiu, mas a novela foi uma das menos vistas no horário nos anos 1990.
Anastácia, a Mulher sem Destino (1967)
Nenhuma mudança foi tão enérgica quanto a que ocorreu em Anastácia, a Mulher sem Destino. Por volta do capítulo 40, a produção já contava com mais de 100 personagens, e a audiência estava bem abaixo dos padrões da Globo para a época.
A trama saiu das mãos de Emiliano Queiroz (1936-2024) e passou a ser assinada por Janete Clair (1925-1983). A famosa novelista criou um terremoto que matou quase todo o elenco, poupando apenas quatro personagens. Uma passagem de tempo de 20 anos redirecionou a história, introduzindo novos conflitos.