Reprise

Parto de Luana em O Rei do Gado durou 5 capítulos e virou piada

Lentidão da trama foi ironizada em reportagem de 1997, durante exibição original da novela


Patricia Pillar como Luana em cena da novela O Rei do Gado, em reprise na Globo
Luana dá à luz a seu filho com Bruno Mezenga na reta final de O Rei do Gado - Foto: Reprodução/Globo

A gravidez de Luana, personagem de Patrícia Pillar, movimenta a reta final de O Rei do Gado, atualmente em reprise no Vale a Pena Ver de Novo. Quando a novela foi ao ar pela primeira vez, entre 1996 e 1997, o nascimento do filho da protagonista chegou a virar piada. Com a trama arrastada, o parto durou incríveis cinco capítulos.

Na versão original de O Rei do Gado, sem edição ou cortes, a sequência começa no capítulo 189, que foi ao ar em 22 de janeiro de 1997, uma quarta-feira. Luana sente as primeiras contrações e percebe que vai dar à luz. No episódio seguinte, ela se recusa a sair do acampamento sem-terra para ir ao hospital.

A herdeira dos Berdinazzi chega a fugir do local após a chegada de Marcos (Fábio Assunção), disposta a parir longe de todos. No dia seguinte, é Bruno Mezenga (Antonio Fagundes) quem vai até o acampamento para buscar a mãe de seu filho, mas já não a encontra por lá. Longe dali, a moça começa a sentir as dores do parto.

No quarto episódio dedicado ao imbróglio, as dores de Luana se acentuam. Ela entra em trabalho de parto enquanto Bruno Mezenga segue à sua procura. O reme-reme só chega ao fim no capítulo 193, exibido na segunda-feira de 27 de janeiro de 1997. É quando o protagonista finalmente encontra a amada e a auxilia na hora do parto.

Reportagem do jornal O Globo, em fevereiro de 1997, citou o “esticamento” desse entrecho para falar sobre a lentidão da história. Às vésperas do final de O Rei do Gado, o texto ressaltou que a audiência da novela de Benedito Ruy Barbosa sempre esteve em alta, mesmo quando “Luana passou quatro capítulos sentindo as dores do parto”.

A demora para a solução de alguns acontecimentos foi uma das principais críticas feitas à novela durante toda a sua exibição original. Matéria do Jornal do Brasil, em outubro de 1996, quando a trama ainda estava na metade, trouxe comentários de telespectadores insatisfeitos com o marasmo. “Cochilo vendo”, confessou uma funcionária pública.

Aquela reportagem trouxe também a opinião da escritora e roteirista Regina Braga (1941-1999). Para ela, o público urbano adora novelas rurais por passar um bucolismo distante de sua realidade: “As pessoas querem assistir a uma novela que transmita paz, por mais que a história pareça lenta e desinteressante”.

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