Quem é Matteus Cardoso, o Joel Leiteiro de Mar do Sertão?
Ator comemora sua estreia em novelas e fala da maioria nordestina no elenco: "Todo bom artista, por mais excelente que seja, não brilha se não tiver oportunidades"
Publicado em 30/08/2022 às 04:43,
atualizado em 30/08/2022 às 16:34
Matteus Cardoso faz sua estreia em novelas como Joel Leiteiro, personagem que entra em Mar do Sertão nesta semana. O ator potiguar, nascido em Natal, integra a maioria nordestina no elenco da nova novela da Globo, ambientada na região. Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, ele deu detalhes sobre o primeiro trabalho na TV.
Na trama, Joel Leiteiro é o melhor amigo de Zé Paulino (Sérgio Guizé) e um fiel emprego do coronel Tertúlio (José de Abreu) na Fazenda Palmeiral. “Um cara simples, humilde, sem muita instrução, de coração muito bom, ingênuo e um pouquinho inocente também”, define Matteus Cardoso.
No decorrer da novela, o peão vai se apaixonar por Anita (Júlia Mendes), que foi criada pelo Padre Zezo (Nanego Lira). “É uma história bem bonita, bem fofinha (risos)”, elogia o artista. Ele garante não saber quais serão os rumos da história: “Nós, atores, vamos descobrindo o desenrolar da novela junto com o público. Estou nessa aventura junto com vocês”.
Aos 34 anos, Matteus Cardoso já estudou na Rússia, onde fez sua especialização em audiovisual. A estreia em novelas é, para ele, mais uma forma de se aprofundar na profissão de ator. Ele também comemora a chance de contracenar com colegas nordestinos. “Todo bom artista, por mais excelente que seja, não brilha se não tiver oportunidades.”
Confira a íntegra da entrevista com o ator Matteus Cardoso, o Joel Leiteiro de Mar do Sertão
NT: Como você define o Joel Leiteiro de Mar do Sertão?
O Joel Leiteiro é um peão, vaqueiro, retireiro e entregador de leite, que trabalha na Fazenda Palmeiral. Um cara simples, humilde, sem muita instrução, de coração muito bom, ingênuo e um pouquinho inocente também.
NT: O que pode contar sobre a trajetória do personagem?
Vamos conhecê-lo no contexto da fazenda, mas depois ele vai engatar um romance com a Anita, criada como filha pelo padre. Vamos acompanhar as desventuras desses dois.
NT: Tem alguma ideia para onde o personagem vai, qual será o destino dele?
Até agora, com base em tudo que eu li, será muito divertido. É uma história bem bonita, bem fofinha (risos). Mas o destino mesmo, eu ainda não sei, porque a novela é uma obra aberta, estreamos semana passada e continuamos gravando bastante. Quero viver como o público. Nós, atores, vamos descobrindo o desenrolar da novela junto com o público. Estou nessa aventura junto com vocês.
NT: Como tem sido essa primeira experiência em novelas?
Tem sido incrível, uma forma muito bacana de aprofundar minha profissão e conhecer um outro lado que eu sempre almejei. A Globo tem uma enorme estrutura de qualidade. Tenho todo um suporte necessário, e estou trabalho com outros profissionais incríveis.
NT: Como foi o laboratório para o papel?
Tive entre um mês e meio e dois meses de vivência em um rancho, onde gravamos várias cenas. Pude conhecer e conviver com os cavalos. Foi massa. Tive aula de lida com animais da fazenda, aula de ordenha, lidei com vaquinha grávida, cavalguei sem sela… Já estava acostumado a ir para o interior, no Rio Grande do Norte, visitar fazenda, ranchos de famílias de colegas. Mas, agora para a novela, essa experiência foi mais intensa e me deixou bem mais contextualizado.
NT: Fale um pouco da sua trajetória artística até aqui.
Minha trajetória já dura alguns anos. Comecei a fazer teatro bem pequeno, tanto na escola quanto na igreja, amadoramente. Na faculdade, fui fazer Rádio e TV, para trabalhar por trás das câmeras. Depois, me especializei em direção de ficção para cinema e TV. Fiz do estudo e da prática do audiovisual toda a minha formação acadêmica em Moscou.
NT: Como foi o aprendizado por lá?
Estudei por três anos na faculdade estatal de cinema, fundada em 1929 pela Revolução Russa. É um instituto muito pouco conhecido pelas bandas de cá. Os caras têm técnicas excelentes de ensino de arte e de atuação. Mantêm a tradição do método Stanislavski, que ele desenvolveu de formação de atores.
Depois, voltei para o Brasil e comecei a trabalhar com produção, roteiro e assistência de direção. Integrei o elenco do Grupo Carmin, em Natal, e fiz com eles a peça A Invenção do Nordeste. Há sete anos, trabalho de fato como ator profissional.
"Pulei de trás das câmeras para cima dos palcos e agora para frente das câmeras."
Matteus Cardoso
NT: Você integra a maioria nordestina do elenco. Qual a importância da representatividade para os artistas da região?
É imensa. Todo bom artista, por mais excelente que seja, não brilha se não tiver oportunidades. A Globo está nos dando essa imensa oportunidade. Ainda mais fazendo isso de uma maneira muito legítima, convidando atores nordestinos para construir uma história nordestina, trazer uma atmosfera de legitimidade, com sotaques bonitos e fortes.
“Estamos construindo essa novela com gente do Nordeste inteiro, com todas essas variedades que temos na cabeça sobre ser nordestino, da identidade nordestina. Estamos podendo brincar e criar juntos.”
Matteus Cardoso
Há também uma simbiose massa com os atores de todo o resto do Brasil. Estamos podendo discutir sobre isso, respeitar as identidades diferentes e, o mais legal que a TV nos permite, que é criar, sonhar, fabular. Falar sobre esse mundo que queremos e que podemos, democraticamente, construir.
O NaTelinha divulga todos os dias os resumos dos capítulos, detalhes dos personagens, entrevistas exclusivas com o elenco e spoiler da novela Mar do Sertão. Confira!