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Walcyr Carrasco é processado com indenização de R$ 500 mil por plágio em novela

Globo também faz parte do processo e optou por se proteger em abertura de reprise


Walcyr Carrasco com os braços abertos
Walcyr Carrasco está sendo processado por plágio e Globo mudou abertura - Foto: Divulgação

Walcyr Carrasco está sendo processado por plágio referente à novela O Outro Lado do Paraíso. A trama, que foi ao ar em 2017 no horário nobre da Globo, é alvo de uma disputa judicial entre o autor e Celia Moreia Mendes da Silva, que está pedindo do roteirista e da emissora carioca uma indenização na casa dos R$ 500 mil, alegando que o folhetim se baseia em uma obra sua intitulada Caminhos de Marias.

NaTelinha teve acesso ao processo e nele a juíza do caso optou por produzir perícia judicial para avaliar as provas apresentadas. "A controvérsia versa sobre os seguintes pontos controvertidos: A) se houve violação ao direito autoral da obra da autora denominada "Caminhos de Marias", por plágio supostamente perpetrado pelo requerido Walcir Carrasco (obra: "Do outro lado do paraíso"); B) se a obra da autora foi produzida em data anterior à obra "Do outro lado do paraíso"; C) se houve acesso prévio dos requeridos à obra da requerente. Para elucidação dos pontos controvertidos, defiro a produção de prova pericial e testemunhal. Para tanto, nomeio como Perito Judicial a Dra. LUCIANA BAMPA BUENO DE CAMARGO HADDAD", diz trecho da decisão da juíza. 

Walcyr Carrasco chegou a divulgar à época da novela, que a história de O Outro Lado do Paraíso havia nascido após uma visita a Tocantins e conhecido pessoas que dariam vida a personagens. Até o momento não houve decisão e a ação vem sendo postergada desde o mês de março por conta da pandemia que colocou o Poder Judiciário em regime de quarentena.

A autora do processo, por meio de sua advogada, Camila Siqueira da Silva, pediu ainda uma liminar para suspender a distribuição de O Outro Lado do Paraíso para venda internacional e também no Globoplay, mas a juíza Thania Pereira Teixeira de Carvalho Candim negou provimento por entender não haver a necessidade.

Para a magistrada, dar uma liminar neste momento seria precipitado, uma vez que as provas apresentadas não são objetivas e a decisão poderia antecipar o julgamento. Além disso, ela entendeu que, como a produção já não está no ar diariamente na Globo, não existe pressa para a tomada de decisão.

Walcyr Carrasco é processado por plágio e Globo muda abertura de novela por precaução

Globo muda abertura de Walcyr Carrasco

Quem acompanha o Vale a Pena Ver de Novo notou que a Globo mudou os créditos de abertura de Êta Mundo Bom nesta reexibição. “Baseada na obra de Abílio Pereira de Almeida”, diz parte dos créditos já no final da abertura da novela de Walcyr Carrasco que foi ao ar originalmente em 2016.

Abílio Pereira de Almeida foi um respeitado cineasta e dramaturgo e responsável pelo filme Candinho, protagonizado por Mazzaroppi e que carrega diversas semelhanças com a trama de Walcyr, inclusive o nome do protagonista, dessa vez defendido por Sérgio Guizé.

O NaTelinha não encontrou nenhum registro de processo por parte do espólio do cineasta contra a Globo ou contra o autor. Especialistas ouvidos pela reportagem explicaram que a alteração foi uma espécie de proteção para evitar qualquer tipo de ação judicial. Entretanto, o fato da Globo colocar o crédito de que a obra é baseada em um produto existente significa dizer que o espólio do autor já foi pago pelos direitos autorais, apontaram advogados consultados pelo site.

A reportagem procurou a advogada Camila Siqueira da Silva, que defende a autora do processo contra Walcyr e Globo, mas seu escritório não atendeu as chamadas. A Globo não comentou. Procurado, o autor Walcyr Carrasco enviou a seguinte nota:

"Eu não sei desse processo, mas me estranha muito, porque eu me inspirei no livro O Conde de Montecristo de Alexandre Dumas, que é domínio público, o que sempre declarei, desde a estreia da novela. Quanto à mudança de crédito, não houve. Aconselho você a se informar melhor. A novela é baseada no roteiro de Candinho, que Abílio Pereira de Almeida escreveu para Mazzaroppi, por sua vez, inspirado em Candido, de Voltaire. Na época, compramos os direitos, para usar o roteiro como base para a novela. Os créditos sempre foram assim".

Compare os créditos de Êta Mundo Bom em 2016 e 2020:

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