Morre J. Hawilla, dono da Traffic e de emissora afiliada da Globo
Empresário foi o maior delator do "Caso Fifa" nos últimos anos
Publicado em 25/05/2018 às 12:36
Morreu na manhã desta sexta-feira (25), aos 74 anos, o jornalista e empresário J. Hawilla, aos 74 anos.
Ele estava internado desde a última segunda (21) no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, com problemas respiratórios.
Hawilla iniciou sua carreira no jornalismo esportivo na década de 60. Já nos anos 80, comprou a até então desconhecida Traffic e a transformou na maior agência de marketing esportivo do país, sendo detentora dos direitos de exibição de grandes campeonatos de futebol no Brasil e no mundo, fazendo parcerias com emissoras de TV.
Em 1998, fechou um acordo de três anos com a Band para reformular todo o departamento esportivo da emissora. Contratou diversos nomes e estreou programas, além de transmitir competições como Libertadores da América, Copa Mercosul e Mundial de Clubes de 2000.
Em 2002, deixou a Band rumou à Record TV, onde o contrato durou apenas um ano.
Além da Traffic, J. Hawilla investiu em meios de comunicação e fundou a TV Tem, que surgiu com a compra de afiliadas da Globo em Sorocaba, Rio Preto e Bauru. Também foi dono da rede de jornais Bom Dia.
Nos últimos anos, o empresário viveu graves problemas jurídicos, sendo preso pelo FBI acusado de obstrução da Justiça em 2013. No dia segunte, fez um acordo de colaboração com as autoridades americanas para não ser processado por vários outros crimes.
Assim, entregou uma grande quantidade de documentos e aceitou grampear seus interlocutores. Tudo isso foi decisivo para deflagar o "Caso Fifa", maior investigação sobre corrupção no futebol mundial, que tem mais de 40 réus, entre eles os três últimos presidentes da CBF, Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero.
Hawilla deixa esposa, três filhos e seis netos.
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