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Rodrigo Bocardi revela qual a fórmula de sucesso do "Bom Dia São Paulo"

Jornal está em uma de suas melhores fases e estreou novidades nesta segunda-feira (8)


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Divulgação

No ar nas manhãs da Globo há 40 anos, o "Bom Dia São Paulo", liderado por Rodrigo Bocardi e com as apresentações de Jaqueline Brazil e Glória Vanique, está atravessando uma de suas melhores fases.

A atração, que estreou nesta segunda (08) novos cenário, pacote gráfico e novidades para ficar ainda mais próximo do telespectador, também festejou 40 anos no mês passado e há quatro está sob comando de Rodrigo Bocardi - que tem a responsabilidade de comandar o maior programa das manhãs da Globo e que não raramente também é a maior audiência do canal nas 12 primeiras horas do dia.

Não só em números, o "Bom Dia São Paulo" também carrega grandes responsabilidades - e que vão além dos milhares de telespectadores, chegando até mesmo ao poder público. Em outubro de 2016, logo após ser eleito, o prefeito de São Paulo João Doria disse que assistir ao "Bom Dia" seria obrigatório a todo o seu secretariado para que pudessem acompanhar às mais importantes demandas da população.

São nossos espectadores que fazem boa parte do nosso jornal

Rodrigo Bocardi

Na primeira semana desta nova fase do noticiário, Rodrigo Bocardi conversa exclusivamente com o NaTelinha sobre o atual momento do jornal, a interação com os telespectadores, a cobrança nas ruas e os planos de sua carreira.

Confira:

NaTelinha - Rodrigo, você está há quase quatro anos à frente do "Bom Dia São Paulo", que não raramente é a maior audiência da Globo até o "SP1" começar, ao meio-dia. Ao que acha que se deve essa audiência?

Rodrigo Bocardi - Que bom que a gente tem essa audiência. Temos alguns fatores que nos levam a ter essa audiência: temos a tranquilidade, pela nossa credibilidade e capacidade de transmissão ao vivo, de que qualquer coisa que acontecer no mundo, você vai ficar sabendo. Quer tranquilidade maior do que essa? Temos ainda o humor, a graça. Isso faz parte do nosso dia dia, a gente chora e ri todo dia, não é mesmo?. Isso é o retrato do que a gente é. E mais um ponto é a informalidade, esse jeito de falar, de não querer ser outra pessoa, falar de igual para igual.

A opinião também é muito importante, mesmo que você não concorde com a opinião da pessoa. Acredito que esses elementos nos levam ao resultado, conseguimos levar tudo isso com muita intensidade e a gente trabalha pra isso. Mostramos os problemas, tem um pouco de descontração, com credibilidade. Acho que é com isso que as pessoas se identificam, que bom que a gente tem essa audiência.

Rodrigo Bocardi revela qual a fórmula de sucesso do \"Bom Dia São Paulo\"

NaTelinha - O "Bom Dia SP" tem 1h30 de duração e é o porta-voz de milhões de paulistanos, que recorrem ao jornal para se informar. Muitos deles, inclusive, só voltam a ter contato com um noticiário 10 ou 12 horas depois. Como encara essa responsabilidade?

Rodrigo Bocardi - Quero que essas pessoas fiquem comigo o maior tempo possível, porque a pessoa acorda e depois sai. Falo sempre no ar: esse é o telejornal do espectador, das pessoas que o assistem. Então, se você assistiu hoje e amanhã quer estar presente nele, só depende de você. Construímos isso juntos.

NaTelinha - Em declaração dada à revista Veja, o prefeito de São Paulo João Doria Jr. disse ter incluído no escopo de seus secretários assistir ao "Bom Dia SP". Qual foi o impacto que essa declaração teve para você e sua equipe?

Rodrigo Bocardi - É um reconhecimento do trabalho da equipe e mais do que isso: reconhecimento e respeito ao cidadão paulistano sobretudo. Porque são nossos espectadores que fazem boa parte do nosso jornal. Eles enviam as demandas. E isso traz, mais uma vez, credibilidade e respeito ao programa. Que o poder público possa cada vez mais ser ativo diante das demandas dos espectadores.

NaTelinha - O "Bom Dia São Paulo" tem uma ida para o intervalo que já é clássica, o "Bom Dia São Paulo volta já", com vídeos de internautas de inclusive fora do Brasil. De onde veio essa ideia?

Rodrigo Bocardi - Quando cheguei no "BDSP", era uma coisa que pedia muito: a gente tinha que ter o público muito presente, as pessoas tinham que se ver no "BDSP". Ainda bem que hoje a gente tem esse caminho super estreito, essa afinidade é demais. Cada vez mais, até nas minhas redes sociais, as pessoas dão esse retorno.

O "Bom Dia São Paulo Volta Já" foi ideia da Marcia Correa (editora-chefe do telejornal) diante dessa demanda. E aí falei pra gente formar mosaico com as fotinhos das pessoas. Mas esse mosaico nem cabe mais na tela da TV de tão grande que ficou. Por onde você anda, ouve alguém gritando lá do fundo "Bom Dia SP Volta já!".

Rodrigo Bocardi revela qual a fórmula de sucesso do \"Bom Dia São Paulo\"

NaTelinha - Como você sente a repercussão do jornal nas ruas?

Rodrigo Bocardi - Total, é muito grande. As pessoas querem gravar... é um reconhecimento, a consagração.

NaTelinha - Voltando um pouco mais no tempo, em 2003 você trocou um emprego promissor na Globo, emissora que boa parte dos jornalistas almeja chegar, por um emprego em uma emissora pública da Angola, país extremamente violento e com histórico de guerra. O que te levou a tomar essa decisão? Sentiu arrependimento em algum momento lá ou quando voltou para cá?

Rodrigo Bocardi - Em nenhum momento, jamais. Se não fosse essa experiência, talvez não tivesse pisado até hoje no continente africano - nem por turismo - e conheci demais aquela África subsaariana inteira, estamos falando de um continente com 60 países praticamente. Visitei muitos países, que foi fantástico, durante a reunificação depois de 30 anos de guerra.

A gente fazia um projeto muito bacana que era ensinar comunicação e transferência de know how do Brasil para lá. Esta foi uma experiência muito bacana e da qual não me arrependo em nenhum momento. Fui para ficar um ano, mas fiquei um ano e meio e depois voltei para a Globo.

NaTelinha - No ano passado, você estreou no rodízio do "Jornal Nacional" aos sábados e já foi considerado como um provável substituto de William Bonner ao lado de nomes como o de Evaristo Costa. Esse é um sonho seu?

Rodrigo Bocardi - Quanto à primeira parte, é verdade. Reconheço, estava lá e estreei mesmo. Um prazer e uma honra fazer parte deste time que se junta e se une para dar descanso ao William Bonner que está lá a semana inteira. Agora, a segunda parte, onde vocês viram isso? Eu não sei, tá em redes sociais? Acho que não estou lendo o que vocês estão vendo... me contem, vai!

Estou fazendo meu trabalho, durmo pensando em acordar às 4h da manhã pra fazer o melhor "BDSP" possível, participar da melhor maneira no "Bom Dia Brasil", é isso o que me motiva hoje, é o prazer por fazer isso. Estou muito feliz.

Rodrigo Bocardi revela qual a fórmula de sucesso do \"Bom Dia São Paulo\"

NaTelinha - Você tem algum sonho na carreira que ainda não realizou? Alguma reportagem não feita, cobertura que queira realizar ou algum desejo mesmo que fora do jornalismo ou da TV?

Rodrigo Bocardi - Sou muito inquieto. Acho que o sonho não realizado nunca será realizado. Do ponto de vista do meu trabalho, a gente vive um momento mágico, o que será da nossa profissão? Sou muito inquieto nesse ponto de saber o que virá amanhã, como vai ser, será que vai existir esse meu papel amanhã? Então, o sonho seria ter essa resposta, mas ela nunca vai existir. Isso acaba sendo um desafio pra mim.

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