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Globo, crescimento e nova mania: o que a NBA quer de fato no Brasil

NaTelinha conversa com vice-presidente da marca para a América Latina


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Fotos: Divulgação
Principal liga de basquete no mundo, a NBA não é exatamente uma novidade na televisão brasileira. Suas temporadas são exibidas no Brasil desde o fim dos anos 80 quando a Band do "Canal do Esporte" investiu no nicho, e se deu muito bem, mostrando o auge do maior de todos: Michael Jordan. 
 
Na TV por assinatura, desde que chegou ao Brasil, em 1990, a ESPN também transmite os jogos. Mas parecia que faltava alguma coisa: virar uma mania como de fato a liga é nos Estados Unidos. Aos poucos, isso está acontecendo no país. 
 
Em 2015, a NBA chegou no SporTV, líder de audiência entre os esportivos na TV paga. O objetivo da marca era chegar na Globo em TV aberta, e no início deste mês, isso aconteceu: as finais da NBA, em abril, serão exibidas em forma de compacto depois do "Jornal da Globo", na madrugada. 
 
É um teste, e até quatro partidas podem ser mostradas. Se der certo, dá para sonhar com as finais voltando a serem transmitidas pela TV aberta, algo que não acontecia desde 2004, quando a RedeTV! o fez. 
 
 
O crescimento de audiência e de vendagens é latente, fruto de um planejamento que a NBA realizou e colocou em prática em 2014, investindo em expansão no Brasil, que já é um de seus maiores mercados. 
 
A audiência na TV paga pode mostrar isso. Na ESPN, os jogos da última temporada - 2015/2016 -, cresceram mais de 72% em todas as faixas etárias, com foco no público masculino, onde a taxa subiu para 125% em comparação a temporada 2014/2015.
 
Agora, a ESPN transmitirá 170 jogos durante toda a competição 2016/2017, cerca de 42% a mais do que fez na passada - incluindo as finais ao vivo, exclusivas na TV brasileira. 
 
No SporTV, os índices também são bons. A final de conferência entre Oklahoma City Thunder e Golden State Warriors, na última rodada, rendeu liderança da TV paga geral e mais de 1 milhão de pessoas assistindo simultaneamente o jogo, algo que impressiona até mesmo para o futebol, o mais popular dos esportes no Brasil. 
 
 
No total de partidas transmitidas nesta temporada, estão mais de 200, um aumento de 46,5% em relação à passada. Além disso, o NBA League Pass, serviço onde o fã de basquete paga uma mensalidade e tem transmissões ao vivo de todos os jogos da NBA, já tem no Brasil um de seus 10 maiores mercados. 
 
O NaTelinha entrevistou com exclusividade Arnon de Mello Neto, vice-presidente da NBA para a América Latina. Ele destacou este crescimento e disse que a liga sempre tem medido bastante o crescimento no aumento de fãs. Arnon também comenta que a subida não faz só a NBA crescer, mas sim o esporte como um todo. 
 
"O basquete perdeu muito espaço nas últimas décadas pela falta de organização, exposição na mídia e ausência de ídolos. Hoje, o esporte está cada vez mais bem organizado, muito presente na mídia e temos grandes jogadores, ídolos, muitas referências para os fãs", afirmou. 
 
Confira a entrevista na íntegra: 
 
 
NaTelinha - Por que há um interesse tão grande da NBA no mercado brasileiro?
 
Arnon de Mello - O Brasil é um mercado estratégico para a NBA. Desde que inauguramos o escritório no Rio de Janeiro, em setembro de 2012, o objetivo principal era fortalecer a presença da liga junto aos milhões de fãs brasileiros. Para isso, concentramos os nossos esforços na realização de eventos (NBA Global Games, NBA3X, NBA House, clínicas, NBA Fan Zone e jr. nba, entre outros), no aumento de jogos transmitidos, na inauguração da NBA Store, e na primeira loja física da América Latina, no Rio de Janeiro, atendendo à enorme demanda que existe, que envolve a paixão dos fãs. Temos trabalhado muito para que o público possa acompanhar, respirar, viver NBA cada vez mais, e a resposta está sendo muito boa, estamos vendo o crescimento da NBA, o fortalecimento do esporte e atingindo os nossos objetivos.
 
NaTelinha - Qual o nível de importância para os planos de vocês terem uma partida ao vivo exibida na Globo?
 
Arnon de Mello - A TV Globo é uma parceria muito importante nesse processo de expansão da NBA no Brasil. Recentemente, foi anunciada a exibição de jogos decisivos das finais desse ano na TV Globo, em formato de compacto. Podemos ter de uma a quatro partidas na TV aberta, dependendo do andamento da série final, o que é uma excelente notícia para os fãs, especialmente se pensarmos que podemos estar alcançando um público novo, diferente. Além disso, há todo um pacote de conteúdo diferenciado que a emissora produz, promovendo a NBA em seus programas esportivos, de entretenimento e noticiários, cobrindo os principais eventos e momentos da NBA in loco, nos Estados Unidos, promovendo o esporte e levando para os telespectadores informação e entretenimento.
 
 
NaTelinha  - Hoje, qual a relação que vocês têm com os seus exibidores - SporTV, ESPN e Globo agora?
 
Arnon de Mello - A relação é muito boa. Investimos muito nesse relacionamos nos últimos anos e os resultados estão aparecendo, a visibilidade da NBA teve um aumento significativo, vemos a imprensa cada vez mais interessada na liga, atendendo à demanda do público, e uma parte importante e fundamental nessas parcerias com as emissoras é a produção de conteúdo. Tudo isso chega ao público, que é o maior interessado. Prezamos muito a relação com os fãs e com as emissoras parceiras, estamos sempre trabalhando pensando na frente, em como podemos oferecer mais e mais. Um projeto muito interessante e importante que estamos trabalhando agora é o da homenagem para o Oscar Schmidt, que será no All-Star Weekend, em fevereiro. Oscar vai participar do ‘Celebrity Game’, o Jogo das Celebridades, será sua ‘estreia’ na NBA. A ESPN é nossa parceira nessa ação, vai estar em New Orleans fazendo uma cobertura especial do evento e a produção de um documentário. Oscar foi draftado pelo New Jersey Nets em 1984 mas, pelas regras da época, se atuasse na NBA, não poderia mais jogar pela Seleção Brasileira. É um ícone mundial, um ídolo brasileiro que sempre mostrou, além de muito talento, patriotismo e paixão pelo esporte.
 
NaTelinha - A liga hoje ajuda também na organização do NBB. Como é feito isto?
 
Arnon de Mello - Em dezembro de 2014, firmamos uma parceria com a LNB (Liga Nacional de Basquete) para co-gestão do Departamento Comercial. O objetivo era dividir melhores práticas, experiências da NBA, trabalhar em conjunto no mercado, na captação de patrocínios e auxiliando no desenvolvimento do basquete local. Ao longo desses dois anos, fomos muito além: hoje existe uma relação muito sólida e ampla, com a presença da NBA em eventos organizados pela LNB, como o Jogo das Estrelas e o Marketing Summit, por exemplo, levamos equipes do NBB (Novo Basquete Brasil) para jogar na pré-temporada dos Estados Unidos (Flamengo e Bauru), promovemos o primeiro jogo no país entre um time brasileiro e uma equipe da NBA (Flamengo x Orlando Magic, no Rio de Janeiro, em 2015), além de diversas outras ações. Estamos trabalhando em sintonia e na mesma frente: a massificação e o desenvolvimento do basquete no Brasil. É notório o quanto a modalidade cresceu e evoluiu desde que firmamos essa parceria, um modelo inédito no mundo.
 
 
NaTelinha - Qual o crescimento no número de fãs? 
 
Arnon de Mello - Temos medido, por meio de pesquisas e das redes sociais, um aumento significativo na nossa base de fãs. Isso é reflexo de todo o trabalho feito no desenvolvimento e na massificação do basquete, não só pela NBA, mas também pela LNB, que é a gestora do NBB. Segundo dados do Ibope Repucom, 70 milhões de brasileiros se dizem ‘superfãs’ de esportes e, dentro desse número, 13% são amantes do basquete. São cerca de 9 milhões, um número interessante, que pode e vai crescer muito. O basquete perdeu muito espaço nas últimas décadas pela falta de organização, exposição na mídia e ausência de ídolos. Hoje, o esporte está cada vez mais bem organizado, muito presente na mídia e temos grandes jogadores, ídolos, muitas referências para os fãs.
 
NaTelinha - Falando em aumento de vendagens de produtos oficiais, qual foi o crescimento? 
 
Arnon de Mello - Desde julho de 2012, temos o nosso e-commerce em parceria com a Netshoes, a LojaNBA.com, e os números de vendas são muito interessantes. Números devem ser pedidos diretamente a Netshoes. Além disso, no fim de setembro do ano passado, inauguramos a NBA Store, a primeira loja física da América Latina, no Rio de Janeiro, e os resultados estão sendo fantásticos. Superamos as primeiras previsões, a loja tem um conceito único, diferente de tudo o que o público já viu em termos de espaços, e estamos trabalhando em uma série de ativações e ações com parceiros. Estamos muito felizes com os resultados.
 
 
A NBA na TV pelo vice-presidente da liga
 
"Crescimento no número de fãs"
 
Temos medido, por meio de pesquisas e das redes sociais, um aumento significativo na nossa base de fãs. Isso é reflexo de todo o trabalho feito no desenvolvimento e na massificação do basquete, não só pela NBA, mas também pela LNB, que é a gestora do NBB. Segundo dados do Ibope Repucom, 70 milhões de brasileiros se dizem ‘superfãs’ de esportes e, dentro desse número, 13% são amantes do basquete. São cerca de 9 milhões, um número interessante, que pode e vai crescer muito. O basquete perdeu muito espaço nas últimas décadas pela falta de organização, exposição na mídia e ausência de ídolos. Hoje, o esporte está cada vez mais bem organizado, muito presente na mídia e temos grandes jogadores, ídolos, muitas referências para os fãs.
 
"Aumento de vendagens de produtos oficiais"
 
Desde julho de 2012, temos o nosso e-commerce em parceria com a Netshoes, a LojaNBA.com, e os números de vendas são muito interessantes. Números devem ser pedidos diretamente a Netshoes. Além disso, no fim de setembro do ano passado, inauguramos a NBA Store, a primeira loja física da América Latina, no Rio de Janeiro, e os resultados estão sendo fantásticos. Superamos as primeiras previsões, a loja tem um conceito único, diferente de tudo o que o público já viu em termos de espaços, e estamos trabalhando em uma série de ativações e ações com parceiros. Estamos muito felizes com os resultados.
 
 
"Quantas partidas por rodada são exibidas na TV"
 
Atualmente, dependendo da semana, temos em média de dez a 12 jogos ao vivo pela TV. Mas é comum termos uma semana com 13, 15 partidas exibidas ao vivo. Nesta temporada, considerando apenas a temporada regular, são mais de 200 jogos confirmados, um aumento de 46,5% em relação ao ano anterior, sem considerarmos as reprises e os confrontos de pós-temporada, como playoffs e finais. No caso da ESPN, por exemplo, houve um aumento significativo com a transmissão de partidas, inclusive com rodadas duplas durante a semana.
 
"Número de assinantes brasileiros no League Pass"
 
O Brasil está, hoje, no Top 10 de assinantes do League Pass. Vale lembrar que a NBA é transmitida para cerca de 250 países pelo mundo.
 
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